Irão ignorou apelos internacionais e executou o jovem lutador Navid Afkari

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O presidente do Irão, Hassan Rohani (Rouhani)

A Human Rights Watch, o comité olímpico e a FIFA uniram-se em apoio do lutador iraniano preso em setembro de 2018 por dezenas de acusações, incluindo homicídio, participação em manifestações ilegais, roubo ou inimizade em relação a Deus.

O Irão anunciou este sábado ter executado um jovem lutador iraniano, Navid Afkari, condenado à morte pelo assassínio de um funcionário público durante “distúrbios” em 2018, segundo o site da televisão estatal.

A sentença foi executada esta manhã na prisão de Shiraz, anunciou na televisão estatal o procurador-geral da província de Fars, Kazem Mousavi.

A organização humanitária Human Rights Watch, o comité olímpico e a FIFA uniram-se hoje em apoio do lutador iraniano preso em setembro de 2018 por dezenas de acusações, incluindo participação em manifestações ilegais, insulto ao líder supremo do Irão, roubo, inimizade em relação a Deus e homicídio.

O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse estar “extremamente preocupado” com o caso, e a Federação Internacional de Futebol (FIFA) pediu que a vida do atleta Navid Afkari fosse salva.

Em 15 de outubro de 2019, o Tribunal Criminal de Shiraz condenou Afkari, de 27 anos, um lutador profissional que era vice-campeão nacional iraniano, à pena de morte pelo alegado assassínio de Hasan Turkeman, um agente da lei, durante os protestos de agosto de 2018 em Shiraz. O tribunal condenou Vahid a 25 anos por supostamente ter ajudado no assassínio.

Ainda este mês, o Presidente norte-americano Donald Trump apelou aos dirigentes iranianos para que não executassem o jovem.

“Soube que o Irão se prepara para executar uma grande estrela da luta, Navid Afkari, de 27 anos, que apenas participou em uma manifestação antigovernamental”, reagiu Trump na rede social Twitter. “À atenção dos dirigentes iranianos. Apreciaria verdadeiramente que poupassem a vida deste jovem e que não o executassem. Obrigado!”, acrescentou.

Os apoios ao acusado também floresceram nas redes sociais, com o slogan central “Não executem o nosso Navid”, especialmente depois da publicação de informações no estrangeiro afirmando que Afkari tinha sido condenado com base numa confissão obtida sob tortura.

Com pelo menos 251 execuções em 2019, o Irão é, depois da China, o país que mais recorre à pena capital, segundo o último relatório mundial sobre a pena de morte publicado pela Amnistia Internacional.

ZAP // Lusa

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