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Investigadores em Portugal recriam zonas do cérebro através de células estaminais

(dr) baycrest.org

Cientistas em Portugal conseguiram recriar em laboratório certas zonas do cérebro usando células estaminais, com resultados inéditos, uma vez que as células foram capazes de gerar matriz, a estrutura tridimensional que as sustenta no seu ambiente natural.

A investigadora Catarina Brito, do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET), afirmou que isso permite ir mais longe no estudo de doenças que afetam essa matriz, impossível de replicar quando se analisam animais ou culturas de células individuais.

Para o conseguir, a equipa do IBET usou recipientes especiais usados em biofarmacêutica, onde se fazem culturas celulares para vacinas e outros produtos farmacêuticos, feitos à medida das necessidades dos investigadores.

Ali, conseguiram as células estaminais (células indiferenciadas, que não estão comprometidas com nenhuma função do corpo), e induziram-nas para serem células do sistema nervoso central, não apenas neurónios.

A diferença desta experiência é que os investigadores conseguiram manter as células “durante largos meses” ligadas num ambiente tridimensional e estas começaram a “expelir matriz” e foi possível atingir resultados parecidos com a matriz do cérebro.

“Não se trata de bocados de cérebro. Não temos aqui nenhum ‘mini-cérebro’. O foco nos últimos 50 anos foi sempre a célula, o neurónio, mas cada vez mais se percebe que a relação com o exterior é importante, o que está fora da célula”, afirmou.

No futuro, a investigação deverá passar por usar células de pessoas com doenças neurológicas degenerativas raras em que há desregulação da matriz do cérebro.

ZAP // Lusa

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