Os “internados sociais” estão a aumentar. A 16 de março, mais de mil pessoas mantinham-se internadas nos hospitais apesar de já terem recebido alta clínica.
Dados da 6.ª edição do Barómetro dos Internamentos Sociais, a que o Público teve acesso, revelam que, no dia 16 de março, 1048 pessoas se mantinham internadas nos hospitais portugueses apesar de já terem recebido alta clínica.
O número representa um aumento de 23% em relação ao ano passado.
O retrato, feito pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) com o contributo da Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) e da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, indica que, naquele dia, os internamentos inapropriados representavam 6,3% do total de pessoas internadas e traduziram-se em mais de 31 mil dias de internamento desadequado.
No entanto, e apesar da subida relativa ao ano passado, a média de dias por internamento inapropriado desceu 11%. Até agora, em 2022, foi de 29,9 dias.
Os dados também indicam que a região de Lisboa e Vale do Tejo e o Norte são as regiões com maior número de internamentos inapropriados (81% do total). Este ano, participaram 38 entidades, que representam 89% das camas do SNS.
O impacto financeiro do número de “internamentos sociais” deste ano representa um custo de quase 19,5 milhões de euros. Se o retrato se mantiver constante, no final de 2022 representará 124,5 milhões de euros.
“Com estes retratos conseguimos perceber que muitas vezes não precisamos de mais dinheiro, temos é de usar melhor os recursos. Esta é a 6ª edição. Se somamos o valor dos seis anos, chegamos a valores entre os 600 milhões e os 700 milhões de euros, que é o aumento do orçamento da saúde deste ano”, detalhou Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH).
“Se estivéssemos a tratar estes utentes nos sítios certos, pouparíamos este valor. É importante o Estado perceber que há outras alternativas para prestar cuidados que servem melhor os utentes”, completou.
Se calhar nem tem casa. para onde é que eles vão? O estado devia arranjar-lhes casa e cuidados. Anda aí a gastar em web submmits que não dão resultado algum significativo.