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Projeto vai testar inteligência artificial no diagnóstico precoce do cancro gástrico

National Cancer Institute / Wikimedia

Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) integram um projeto que visa desenvolver novos algoritmos para testar o uso da inteligência artificial no diagnóstico precoce do cancro gástrico, foi anunciado esta segunda-feira.

Em comunicado, a FCUP esclareceu que o projeto, liderado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), reúne especialistas da área da inteligência artificial e visão computacional, como especialistas de gastrenterologia e endoscopia digestiva do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

Nos próximos três anos, o projeto, financiado em 240 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), vai testar o uso da inteligência artificial no diagnóstico precoce do cancro gástrico.

O cancro gástrico é o “terceiro cancro mais mortal do mundo”, salientou a FCUP, acrescentando que o rastreio minimamente invasivo e a endoscopia gastrointestinal têm um papel primordial para o diagnóstico precoce, mas que devido a fatores técnicos e cognitivos “o risco de um falso diagnóstico causado por erro humano é possível”.

Citado no comunicado, Miguel Coimbra, docente da FCUP e investigador do INESC TEC, afirmou que o objetivo do projeto, intitulado CAGED, é “criar tecnologias baseadas em visão computacional para analisar de forma automática vídeos e imagens obtidos através de endoscopias gastrointestinais não invasivas”.

O líder do projeto acrescentou ainda que a visão computacional tem “o potencial de mitigar as limitações existentes atualmente, ao fornecer ferramentas de avaliação automáticas da endoscopia que não só podem apoiar os médicos na deteção e caracterização de lesões de cancro gástrico, como podem monitorizar a própria qualidade da endoscopia efetuada”.

Mário Dinis-Ribeiro, diretor do Serviço de Gastrenterologia do IPO do Porto e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), salientou que a observação por endoscopia “certamente terá melhorias com a adição de inteligência artificial”.

“A qualidade da endoscopia em Portugal é muito boa, mas em todo o mundo a procura da melhoria no ensino e na prática está a fazer-se também através da inteligência artificial”, referiu Mário Dinis-Ribeiro, que também lidera o projeto.

Nesse sentido, os investigadores estão a desenvolver um conjunto de novos algoritmos de inteligência artificial que vão integrar um protótipo a ser testado no Serviço de Gastrenterologia do IPO do Porto. Nesta primeira fase decorre a recolha de um conjunto de dados que vão integrar a base da construção do protótipo.

// Lusa

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