Novas evidências descobertas apontam que os insetos podem mesmo sentir dor, ao contrário do que se pensava anteriormente.
Nos seres humanos, a dor é um sentimento facilmente reconhecível, visto que o nosso corpo tem uma série de reações que a expressam. O mesmo acontece em alguns animais, mas e em relação ao insetos?
Um novo estudo encontrou evidências que sugerem que os insetos podem ser capazes de sentir dor. Este é um debate quente há vários anos na comunidade científica, que se debate se os insetos são ou não capazes de sofrer.
Estudos anteriores e evidências pouco fundamentadas sugeriram, no passado, que os insetos não sentem dor. Isto fez com que nós, humanos, nunca tivéssemos tido grandes problemas em matá-los. A nossa crença de que eles não sentem dor permite-nos ficar de consciência tranquila quando temos de matar aquele mosquito chato que não nos deixa dormir à noite.
No entanto, o novo estudo publicado recentemente na revista científica Proceedings of the Royal Society B pode mudar essa conceção da realidade.
Os investigadores começaram por observar que a pesquisa científica anterior mostrou que animais e insetos têm sistemas fisiológicos que reagem a experiências dolorosas.
Estas experiências têm sido separadas no que veio a ser conhecido como nocicepção ou algesia — a diferença entre responder fisicamente a um trauma físico e qualquer possível dor associada ao evento.
Ou seja, se cortar as pernas a um inseto, ele reage fisicamente, mas isso não implica que sentiu dor. Para ajudar a responder a essa pergunta, os investigadores usaram o que veio a ser conhecido como ordem descendente de nocicepção, explica a Phys.
Os próprios seres humanos demonstraram ser capazes de interromper uma resposta à dor se acontecer durante uma emergência. Por exemplo, algumas pessoas não percebem que ficaram feridas num acidente de carro até estarem a ser tratadas no hospital.
Estudos anteriores mostraram que isto acontece porque o cérebro pode ser levado a produzir opiáceos em eventos traumáticos. Os insetos não o conseguem fazer, mas produzem outros neuropeptídeos que podem servir o mesmo propósito, sugerem os investigadores.