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O pequeno inseto Micronecta scholtzi faz sons que chegam aos 99 decibéis quando esfrega o pénis contra a cabeça num ritual de acasalamento.
Um candidato surpreendente detém o título de animal mais barulhento do planeta em relação ao seu tamanho: o minúsculo barqueiro aquático Micronecta scholtzi.
Com pouco mais de 2 milímetros de comprimento, este despretensioso inseto aquático ganhou este título graças a um estudo publicado na PLOS ONE em 2011.
O barqueiro aquático produz o seu som ensurdecedor – que chega a atingir 99,2 decibéis – através de um método invulgar chamado “estridulação”. Este processo, comum em certos insetos, consiste em esfregar partes do corpo para gerar ruído. No entanto, o barqueiro destaca-se por uma adaptação única: esfrega o pénis contra o corpo, nomeadamente a cabeça, num movimento semelhante ao de um violino.
Este comportamento invulgar produz um som tão alto que pode ser ouvido por humanos que caminham ao longo de uma margem do rio, apesar de 99% do som se perder na transição da água para o ar. Como termo de comparação, o som de um avião a jato costuma variar entre os 83.5 e os 110 decibéis.
Com uma frequência de 10 kHz, bem ao alcance da audição humana, este chamamento de acasalamento é utilizado para atrair parceiros. A mecânica por detrás de um som tão forte numa área tão pequena – a largura de um cabelo humano – continua a ser um mistério. “Não sabemos realmente como é que eles fazem um som tão alto usando uma área tão pequena”, disse o Dr. James Windmill da Universidade de Strathclyde.
As descobertas têm um significado que vai para além do bizarro. O estudo da produção sonora do barqueiro aquático pode ajudar os esforços de conservação, uma vez que os sons dos insetos podem ser utilizados para monitorizar a biodiversidade, explica o IFLScience.
Além disso, a investigação tem potenciais aplicações na acústica e na tecnologia biomimética, como os sistemas de sonar. Quem diria que um pénis barulhento poderia ser tão útil à ciência?
