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Inscrição antiga revela cidade esquecida na Turquia que terá derrotado o rei Midas

James Osborne

No inverno passado, um agricultor do sul da Turquia encontrou uma grande pedra semi-submersa num canal de irrigação com inscrições misteriosas. Agora, a rocha revelou a história de uma antiga civilização perdida que terá derrotado o reino da Frígia do rei Midas no final do século VIII a.C.

De acordo com um comunicado da Universidade de Chicago, alguns meses depois de descobrir a pedra, o agricultor avisou arqueólogos locais sobre a sua existência. Com um trator, o agricultor ajudou os arqueólogos a retirar o pesado bloco de pedra do canal.

“Imediatamente era claro que era antigo e reconhecemos a língua em que estava escrito: luvita, usada nas idades de Bronze e Ferro na região”, disse James Osborne, arqueólogo e professor assistente de Arqueologia Anatólia da Universidade de Chicago.

A estela estava coberta de hieróglifos escritos em luvita, uma das mais antigas línguas indo-europeias. A linguagem escrita, composta de símbolos hieroglíficos nativos da antiga Turquia, é lida em sequências alternadas da direita para a esquerda e da esquerda para a direita.

“Não fazíamos ideia da existência deste reino”, continuou Orborne. “Num piscar de olhos, tivemos novas informações profundas sobre a Idade do Ferro no Médio Oriente”.

A pedra conta a história de um reino antigo que derrotou Frígia, que era governado pelo rei Midas. Segundo a mitologia grega, Midas transformava tudo o que tocava em ouro. Um símbolo na pedra indicava que esta era uma mensagem que vinha diretamente do seu governante, o rei Hartapu. Uma parte da pedra dizia: “Os deuses da tempestade entregaram os reis [rivais] à sua majestade”.

O reino perdido terá existido entre os séculos IX e VII a.C. e, no seu auge, provavelmente terá cobrido cerca de 120 hectares. Era um dos maiores assentamentos existentes na Turquia antiga na época.

A sua capital localizava-se no que é hoje o sítio arqueológico de Turkmen-Karahoyuk. O Projeto de Pesquisa Arqueológica Regional de Konya identificou este assentamento como um importante sítio arqueológico em 2017.

Ainda não se sabe qual era o nome deste reino. Por outro lado, esta inscrição não é a primeira menção ao rei Hartapu. A 16 quilómetros a sul, os arqueólogos descobriram anteriormente inscrições hieroglíficas num vulcão que se referia ao rei Hartapu. Essa inscrição não revelava, porém, quem era nem que reino governava.

ZAP //

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