As pessoas que têm infecções na raiz dos dentes tornam-se mais propensas a sofrerem doenças cardíacas. A conclusão é de um estudo realizado na Finlândia que associa este tipo de inflamações que não causam dor com os problemas de saúde nas artérias coronárias.
A investigação, realizada na Universidade de Helsínquia, na Finlândia, apurou que “a síndrome coronária aguda é 2.7 vezes mais comum entre pacientes com dentes não tratados e a precisarem de tratamento do canal radicular do que entre pacientes sem este problema”, salienta o investigador John Liljestrand no comunicado divulgado no site Alpha Galileo.
As infecções na ponta da raiz dentária são muito comuns e geralmente, sem sintomas, pelo que só são detectadas muitas vezes de forma acidental, graças a um exame de Raio-X.
As cáries são a causa mais frequente destas inflamações, também conhecidas como periodontites apicais, que resultam da reacção do sistema imunitário à presença de micróbios infecciosos na polpa dentária.
No estudo publicado no Journal of Dental Research, os investigadores do Departamento de Doenças Orais e Maxilofaciais da Universidade de Helsínquia, que trabalharam com o Centro do Coração e do Pulmão do Centro do Hospital Universitário da cidade finlandesa, explicam que foram analisados 508 pacientes com sintomas cardíacos e com idade média de 62 anos.
As artérias coronárias destes pacientes foram avaliadas através de angiografias e constatou-se que 33% tinham síndrome coronário agudo, enquanto 31% não apresentavam esse problema.
Os dentes destes elementos foram analisados através de tomografias panorâmicas e cerca de 58% sofriam de uma ou mais lesões inflamatórias.
As conclusões levam os autores do estudo a considerar que o “tratamento do canal radicular de um dente infectado pode reduzir o risco de doença cardíaca”, embora sublinhem que é preciso estudar mais o assunto.
Esta não é a primeira vez que uma investigação faz uma associação entre as infecções orais e doenças cardíacas.
A periodontite, a inflamação dos tecidos em torno dos dentes, já foi apontada noutras pesquisas como um factor de risco da doença da artéria coronária e também da diabetes.
SV, ZAP
