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Há cada vez mais incêndios originados por baterias de motas e bicicletas elétricas

(dr) Da Vinci Motor

Esta segunda-feira, um tribunal londrino declarou acidental a morte de uma portuguesa devido a um incêndio causado por uma bateria defeituosa, em 2023. A China vai proibir o estacionamento interior de motos e bicicletas elétricas.

O Ministério da Gestão de Emergências da China anunciou esta terça-feira que vai proibir o estacionamento de motos elétricas em recintos fechados, como medida para evitar incêndios provocados pelas baterias destes veículos, que se multiplicaram nos últimos meses.

A medida vai ser aplicada em todo o país e afetará os milhões de utilizadores de motos elétricas, segundo o jornal oficial Global Times.

O anúncio surge menos de uma semana depois de pelo menos 15 pessoas terem morrido num edifício na cidade de Nanjing, no leste do país, após um incêndio que aparentemente começou no piso inferior, onde os residentes guardavam as bicicletas e motos elétricas.

O ministério afirmou que vão ser efetuadas “inspeções minuciosas” para detetar e eliminar os riscos e perigos relacionados com os incêndios, especialmente em edifícios residenciais altos.

O aumento dos incêndios provocados por motociclos elétricos em todo o país suscitou recentemente preocupações sobre a segurança das baterias destes veículos.

Embora muitas cidades tenham estabelecido normas técnicas locais para a segurança das baterias de lítio utilizadas em motociclos elétricos, ainda não foi implementada uma norma nacional obrigatória.

De acordo com as estatísticas da Administração Nacional de Bombeiros e Salvamento citadas pelo jornal, houve 21.000 casos relatados de incêndios de veículos elétricos em todo o país, em 2023, um aumento de 17,4% em relação a 2022, quando o número de tais incidentes cresceu 23,4% em relação ao ano anterior.

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou no mês passado para que fossem feitos esforços para reduzir a frequência dos incêndios, “proteger a vida e os bens das pessoas” e a “estabilidade social”.

Portuguesa morreu em 2023

Eesta segunda-feira, o Tribunal do Coroner de Southwark, no sul de Londres, declarou “acidental” a morte da portuguesa Sofia Duarte em 2023, em Londres, na sequência de um incêndio originado por uma bateria defeituosa de uma bicicleta convertida para ser elétrica.

O magistrado concluiu que Sofia Duarte terá ficado “sufocada e desorientada” com o fumo e desmaiou após sair do quarto onde se encontrava.

A portuguesa de 21 anos foi dada como morta às 17h34 de 1 de janeiro de 2023, tendo o relatório da autópsia indicado como causa da morte uma combinação de “queimaduras graves e inalação de fumo”.

Após intervenção da família e de responsáveis da Corporação de Bombeiros de Londres (LFB na sigla inglesa) presentes na audição desta segunda-feira, o juiz aceitou avaliar a inclusão no relatório final de uma referência à necessidade de ser tomada ação para prevenir mortes no futuro em circunstâncias semelhantes.

Sofia Duarte encontrava-se a dormir num quarto no segundo andar de um edifício onde viviam nove pessoas, incluindo o namorado.

Cerca das 16h50, alguns dos ocupantes ouviram uma explosão na entrada, no rés-do-chão, onde se encontravam duas bicicletas elétricas, uma das quais era um velocípede normal que foi convertido com um ‘kit’ para funcionar como uma bicicleta elétrica.

Perante o avanço rápido das chamas, aqueles deram o alarme e escaparam por uma janela para o telhado de uma loja, no primeiro andar, tal como o namorado da portuguesa, que saltou do segundo andar.

Porém, Duarte tentou encontrar uma saída pelas únicas escadas da habitação e não conseguiu sair com vida.

A portuguesa, que nasceu em Lisboa, mas vivia no Reino Unido desde os 9 anos, foi a primeira vítima em Londres de um acidente com esta causa, por isso a LFB lançou uma campanha de sensibilização em nome dela.

Mais vale “carregar” pelo seguro

Só em 2022, a LFB registou 85 incêndios originados por bicicletas elétricas, contra dois em 2017.

“É realmente importante que aumentemos a sensibilização para evitar futuras mortes”, afirmou a comandante dos bombeiros de Southwark, Verona Clarke.

Desde a morte de Sofia Duarte que os bombeiros da capital britânica lançaram a campanha “Carregar com Segurança”, com conselhos como comprar apenas baterias de marcas conhecidas em lojas de confiança para que respeitem as normas e legislação britânica.

Outra recomendação dada por Clarke é que a bicicleta “não deve ficar a carregar numa área comum, deve ficar numa parte que não seja o acesso ou ou caminho de saída da casa, e não deve ser deixada desacompanhada ou a carregar excessivamente”.

“Estamos a fazer campanha com a ajuda da família da Sofia, que tem sido absolutamente corajosa e fantástica, para evitar futuras mortes”, vincou.

Uma petição lançada pela amiga da família, Alda Simões, no primeiro aniversário da morte, alcançou mais de 41 mil assinaturas em menos de três meses, estando em curso contactos com autoridades no sentido de pressionar o governo britânico a apertar a regulamentação.

ZAP // Lusa

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