Uma equipa de cientistas usou uma nova técnica laser e conseguiu imprimir em 3D células cerebrais vivas.
A maioria dos neurónios sobreviveram durante mais de dois dias após terem sido impressos em 3D, o que significa que podem ser ferramentas viáveis para a investigação pré-clínica, sugere o novo estudo, publicado no fim de julho, na revista Micromachines.
Embora a capacidade de imprimir neurónios vivos nos possa fazer pensar em transplantes para tratar lesões cerebrais ou doenças neurodegenerativas, os cientistas explicam, em comunicado, que esse não é o objetivo.
“Em geral, as pessoas tiram conclusões precipitadas quando se fala de bioimpressão”, disse Hamid Orimi, estudante de pós-graduação da Universidade Concordia, no Canadá, e coautor do estudo.
“[As pessoas] pensam que agora podemos imprimir coisas como órgãos humanos para transplantes. Embora esse seja um objetivo a longo prazo, estamos muito longe de o conseguir. Mas há muitas formas de utilizar esta tecnologia”, continuou, citado pela Futurism.
Mesmo que o objetivo não seja imprimir células em 3D para transplantar neurónios, a equipa espera que as células cerebrais impressas ajudem na investigação médica. O objetivo, disse Orimi, é substituir modelos animais por novos testes farmacêuticos, eventualmente imprimindo e experimentando em neurónios humanos.
Isso não só reduziria o número de animais mortos em nome da ciência, como também poderia tornar a investigação pré-clínica mais precisa — testar medicamentos experimentais em tecidos humanos impressos em laboratório daria aos médicos uma melhor ideia de como esses medicamentos funcionam em humanos, uma vez que os tratamentos não funcionam da mesma forma em diferentes espécies.