O Qatar tem assumido o papel central de mediador nas negociações para a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
Nas últimas horas de segunda-feira, o grupo islâmico Hamas anunciou a libertação de mais dois reféns. Embora a identidade e nacionalidade dos reféns não tenham sido reveladas de imediato, informações subsequentes indicam que se tratam de duas cidadãs israelitas, de 79 e 85 anos, que foram raptadas a 7 de Outubro.
A ação pode marcar uma mudança significativa nas relações tensas entre Israel e o grupo islâmico, potencialmente abrindo caminho para mais diálogo e uma diminuição das hostilidades. Um diplomata, que falou sob a condição de anonimato, descreveu a situação como uma “construção de confiança“.
O processo de negociações para a libertação dos reféns levados do Hamas tem sido mediado de perto pelo Qatar, que tem mantido um papel activo em várias iniciativas diplomáticas recentes, incluindo uma troca de prisioneiros entre os EUA e o Irão e a libertação de quatro crianças ucranianas presas na Rússia, explica a NBC.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, agradeceu tanto ao Governo do Qatar como ao de Israel pelo seu “trabalho em parceria”. O sucesso das negociações também foi aplaudido por Mamoun Fandy, presidente do London Global Strategy Institute, que viu neste acto um reforço do estatuto do Qatar como “centro de diplomacia nesta crise“.
Esta libertação também tem implicações significativas para os restantes reféns. Segundo fontes do canal de notícias israelita I24, as negociações para a libertação de cerca de 50 reféns com dupla nacionalidade estão em curso. O Hamas, que não pretende libertar todos os reféns, tem utilizado esta situação para travar uma ofensiva terrestre de Israel.
No entanto, o caso é complexo. Embora o Qatar esteja a ser elogiado pelos seus esforços na mediação, o seu historial de acolhimento de líderes do Hamas pode complicar a sua postura como um mediador imparcial do conflito.
O investigador Eldad Shavit, que já trabalhou para a inteligência israelita, alerta que a libertação pode ser uma “manobra de manipulação” por parte do Hamas, que pretende dissuadir as forças israelitas contra uma incursão terrestre na Faixa de Gaza. “A minha suposição é que o Hamas está a conduzir uma operação militar, mas também uma campanha política“, refere.
Michael Horowitz, diretor de inteligência na consultora de segurança Le Beck International, também se mostra céptico quanto à possibilidade de evitar uma invasão israelita em Gaza, devido à escala dos ataques do Hamas em outubro.
“A melhor forma de diminuir as chamas é pressionar por duas vias paralelas, nomeadamente a libertação de reféns, por um lado, e por outro, a entrada da tão necessária ajuda humanitária em Gaza. Esta é uma estratégia sensata, embora eu diria que as hipóteses de evitar alguma forma de incursão israelita ainda são baixas”, defende Horowitz.
Por agora, enquanto as negociações continuam, o mundo observa atentamente para ver que outros avanços podem ocorrer neste cenário já longamente complexo e tenso.
Importância em travar? Se o lider do hmas estas lá e a décadas que o Catar financia a Irmandade muc lmana. Mas agora estamos a inventar salvadores ou estamos a ser c midos por eles?
A este ritmo de 2 reféns libertados por semana, o Hamas pode estar descansado nos seus túneis por muito tempo.