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Imagens da NASA revelam vales escondidos da Lua

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NASA

Missão da NASA na Lua mostrou vales e depressões ocultas na superfície do satélite

Missão da NASA na Lua mostrou vales e depressões ocultas na superfície do satélite

Uma grande forma rectangular foi identificada por baixo da superfície lunar. A estrutura tem 2.500 quilómetros e poderá ser um vestígio de vales antigos cercados por penhascos que posteriormente terão sido inundados por lava.

Centrada na região lunar conhecida como Oceanus Procellarum, a estrutura só é notória em mapas gravitacionais adquiridos pela missão Grail da NASA em 2012.

Mas agora que a sua existência é conhecida é possível identificar o seu contorno subtil até em fotos comuns.

Mare Frigoris, por exemplo, uma lista negra conhecida há muito tempo na superfície lunar é evidentemente uma parte do antigo sistema de vales lunar.

“É impressionante como esta estrutura é grande”, afirma o professor Jeffrey Andrews-Hanna, da Escola de Minas do Colorado.

“Cobre cerca de 17% da superfície da Lua. E se se pensar em termos relativos ao tamanho da Terra, cobriria uma área equivalente à América do Norte, Europa e Ásia juntas”, disse à BBC.

“Quando vimos pela primeira vez nos dados da Grail, ficamos impressionados com o tamanho, a clareza da imagem e com o quanto era inesperada”.

“Ninguém nunca pensou em ver um quadrado ou um rectângulo desta escala em qualquer planeta”.

Mas como é que esta estrutura se formou?

A equipa de Andrews-Hanna perceberam que a região do Procellarum contém muitos elementos radioativos, como urânio, tório e potássio.

Estes elementos teriam aquecido a crosta nas eras mais antigas da Lua e contraíram-se ao arrefecer.

Esse processo, segundo eles, teria rasgado a superfície, abrindo grandes vales – o que teria resultado nas formas geométricas.

Na Terra, o arrefecimento e contração produz preferencialmente hexágonos que contém ângulos de 120 graus.

O famoso Giant’s Causeway (Caminho dos Gigantes) na Irlanda é um exemplo clássico, em pequena escala. Mas mesmo em estruturas maiores, como os vales do leste da África, linhas geológicas tendem a dividir-se dessa forma.

Ocorre o mesmo com o retângulo gigante de Procellarum – porque toda a forma fica sobre uma área esférica. Isso significa que os ângulos são mais agudos que 90º.

“O que estamos a assistir é um truque inteligente da geometria esférica. Para estruturas dessa escala, um polígono com ângulos de mais de 120º nos cantos têm quatro lados em vez de seis”, disse Andrews-Hanna.

Lava vulcânica

A equipa não sabe dizer quando estas fissuras aconteceram, mas a verificação da idade das rochas coletadas na Lua pela Apollo sugerem que os vales se encheram de lava vulcânica há 3,5 bilhões de anos.

O novo estudo tenta resolver dúvidas sobre as origens do Procellarum, que é diferente de outras regiões da Lua. A origem dela estaria mais relacionada a colisões de asteróides.

O estudo é prova do valor da missão Grail, liderada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts. A missão consistia de dois satélites que ficaram na órbita da Lua por cerca de um ano. Foram mapeadas mudanças na intensidade da gravidade enquanto sobrevoavam áreas de massas diferentes.

Altas montanhas apresentam sinais diferentes dos encontrados em grandes depressões. Mas a análise revela também as localizações de áreas com diferentes tipos e densidades de rochas.

No caso do Procellarum, a Grail detectou um excesso de massa decorrente de presença de lava basáltica que encheu os vales.

ZAP / BBC

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