Repressão em Hong Kong. Cantor e ativista detido por “conduta corrupta”

Alyson Hau / Flickr

O cantor Anthony Wong

O ativista pró-democracia e cantor Anthony Wong foi detido esta segunda-feira em Hong Kong, sob acusações de violar a lei ao atuar num comício, há três anos.

O órgão anticorrupção de Hong Kong disse que, no comício de 2018, Wong cantou duas canções nas quais pedia ao público que votasse no candidato pró-democracia Au Nok-hin.  Em comunicado, citado pelo Guardian, o órgão referiu que fornecer bebidas e entretenimento em eventos eleitorais era “uma conduta corrupta e uma ofensa grave”.

A media local informou que Wong foi libertado sob fiança. Já Au está na prisão desde março. Esta última detenção ocorre no momento em que as autoridades reprimem a dissidência em Hong Kong, após os protestos antigovernamentais de 2019. Membros da oposição, da media, grupos jurídicos, sindicatos e ativistas foram visados.

A China impôs em 2020 a lei de segurança nacional que, desde então, tem sido usada contra figuras pró-democracia. Foram também alteradas as leis eleitorais de Hong Kong para reduzir o número de legisladores eleitos diretamente e dar a um comité pró-Pequim margem para os nomear.

Wong alcançou a fama na década de 1980 como vocalista da dupla pop Tat Ming Pair, prosseguindo mais tarde com a carreira a solo. É cofundador do grupo de direitos LGBTQI BigLove Alliance. O artista defende o movimento pela democracia, apoiando os protestos de 2019. O seu apoio aos protestos de 2014 levou a China a proibi-lo de atuar no país.

Taísa Pagno //

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