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Homem-cabra e ratos com cuecas entre os vencedores dos prémios da ciência bizarra

DR HypeScience

O investigador Tom Thwaites a aceitar IG Nobel com os cascos protéticos que usou para se misturar com cabras nos Alpes franceses.

O investigador Tom Thwaites a aceitar Ig Nobel com os cascos protéticos que usou para se misturar com cabras nos Alpes franceses.

Um investigador que vestiu cuecas a ratos para ver como isso afectava a sua sexualidade, um cientista que viveu três dias como se fosse uma cabra e um estudo sobre a personalidade das rochas. Eis algumas das investigações científicas mais bizarras que foram premiadas nos Ig Nobel.

A 26ª Cerimónia dos Prémios Ig Nobel aconteceu na quinta-feira, 22 de Setembro, na Universidade de Harvard, nos EUA.

As pesquisas mais bizarras e improváveis de todo o mundo foram premiadas. E embora possam parecer um pouco inúteis ou francamente ridículas, a maioria dos trabalhos seleccionados para reconhecimento tem, na verdade, aplicações práticas importantes, provando que a ciência também pode ser divertida.

Os prémios foram anunciados por vencedores do Nobel verdadeiro, como o químico Dudley Herschbach, o economista Eric Maskin, o médico Rich Roberts e o físico Roy Glauber.

Um pouco de tudo…

Na categoria Percepção, os vencedores foram Atsuki Higashiyama e Kohei Adachi, que investigaram se as coisas parecem diferentes se uma pessoa se curvar e olhar para elas através das suas pernas.

O prémio de Reprodução foi ganho pelo cientista egípcio Ahmed Shafik, que colocou cuecas em ratos a fim de determinar como diferentes materiais afectavam a sua líbido – as de poliéster foram as que mais desanimaram os animais, possivelmente como resultado das cargas electrostáticas que este tipo de material tende a gerar, concluiu após a investigação.

Os pesquisadores britânicos Tom Thwaites e Charles Foster dividiram o prémio de Biologia, depois de passaram um período a viver como animais.

Foster passou vários dias à procura de restos de pizza, em latas de lixo de Londres, com raposas locais, vivendo com texugos numa encosta no País de Gales, e sendo caçado como um cervo por cães de caça na Escócia.

E Thwaites vestiu uns cascos protéticos para se misturar com um rebanho de cabras nos Alpes franceses.

A personalidade de rochas

Mark Avis, Sarah Forbes e Shelagh Ferguson, uma equipa da Nova Zelândia e do Reino Unido, ganharam o prémio em Economia por um estudo da personalidade de rochas. O trio estudou um conceito chamado de “personalidade da marca”, ou o “conjunto de características humanas associadas com a marca” – por exemplo, salubridade, juventude, inteligência e sofisticação -, colocando imagens de rochas na frente de 225 alunos.

Os estudantes decidiram então qual dos 42 traços, 15 facetas e 5 factores aplicar às rochas em questão. Uma, a Rocha G, foi descrita, entre outras características como “um grande empresário de Nova Iorque, rico, talvez um pouco obscuro, com cabelo liso e raciocínio rápido”.

Mentiras e “tretas”

O prémio de Psicologia foi dado a pesquisadores dos EUA, Canadá, Alemanha, Bélgica e Holanda por solicitar a 1.000 mentirosos que dissessem quantas vezes tinham mentido ao longo da sua vida, e quão bem.

Descobriu-se que as pessoas mentem gradualmente mais à medida que envelhecem, com os adultos a mentirem, em média, duas vezes por dia, e depois diminuindo essa frequência.

O prémio da Paz foi recebido por filósofos do Canadá e dos EUA que estudaram se as pessoas acham que frases sem pés nem cabeça de facto significam alguma coisa. Para isso, criaram expressões aleatórias que soavam como importantes, como “significado oculto transforma beleza abstracta sem precedentes”.

No estudo intitulado “sobre a recepção e a detecção de tretas pseudo-profundas”, os participantes avaliaram a “profundidade” das frases numa escala de um a cinco. Os resultados mostraram que os alunos mais receptivos a essas “tretas” eram menos reflexivos e eram inferiores em habilidade cognitiva, além de mais propensos a ter crenças religiosas e paranormais.

O quê?!

Um prémio de Medicina foi dado a cientistas alemães que descobriram que, se se tem uma comichão no lado esquerdo, pode olhar-se um espelho e arranhar o lado direito para aliviá-la.

Os prémios de Física foram concedidos a pesquisadores da Hungria, Espanha, Suécia e Suíça, que concluíram que cavalos brancos atraem menos insectos e que as libélulas são fatalmente atraídas a lápides pretas.

O autor sueco Fredrik Sjöberg ganhou o prémio de Literatura por escrever uma trilogia sobre a colecta de moscas.

A surpresa

O vencedor mais surpreendente foi o de Química: a fabricante de automóveis Volkswagen, que violou a lei de emissões de efeito de estufa, enganando os testes que indicavam quanta poluição os seus carros emitiam.

A comissão do Ig Nobel disse que o prémio foi “por resolver o problema da poluição excessiva gerada por automóveis produzindo menos emissões sempre que os carros são testados”.

ZAP, HypeScience

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