Harris vs. Trump: “economia de oportunidades” ou “boom”?

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ZAP // Gace Skidmore / Flickr; NightCafe Studio

Kamala Harris apresentou esta sexta-feira as linhas gerais do seu plano económico, sem esquecer os ataques às políticas “retrógradas” do ex-presidente dos EUA.

A candidata democrata à presidência norte-americana, Kamala Harris, apresentou esta sexta-feira as linhas gerais de um plano para criar uma “economia de oportunidades” nos Estados Unidos, lutando por reduzir os preços dos alimentos e processando empresas que os inflacionem.

“Quero falar sobre construir aquilo a que se chama a economia de oportunidades”, explicou a candidata presidencial e atual vice-presidente norte-americana, num evento eleitoral em Raleigh (Carolina do Norte), onde afirmou que há produtores e empresas do setor alimentar que não “cumprem as normas” e que, se for eleita Presidente, os perseguirá judicialmente.

“A minha principal prioridade é reduzir os elevados custos onde é mais importante, no preço dos alimentos”, vincou a vice-presidente, na primeira apresentação da política económica que executará se for eleita para a Casa Branca nas presidenciais de 5 de novembro.

No seu primeiro grande discurso político, a atual vice-presidente não esqueceu a “retrógrada” política económica do seu adversário, o ex-presidente Donald Trump.

“Esta eleição, acredito firmemente, é sobre duas visões muito diferentes para nossa nação”, disse Harris. “Uma — a nossa — centrada no futuro e a outra centrada no passado. Vemos esse contraste claramente em muitos aspetos, incluindo quando se trata de como pensamos sobre a economia”.

“Como presidente, vou concentrar-me a fundo na criação de oportunidades para a classe média que promovam a sua segurança económica, estabilidade e dignidade”, afirmou ainda na apresentação do plano de política económica.

Por sua vez, Trump — que já tinha acusado Kamala Harris de promover uma agenda esquerdista no seu apelo a uma proibição federal da manipulação de preços na alimentação — também aproveitou o seu tempo para atacar as políticas económicas de Joe Biden.

Trump promete “boom” económico

O candidato republicano prometeu na quarta-feira que, se ganhar as eleições presidenciais em novembro, vai atacar a inflação, fazer crescer a economia e reduzir as despesas com energia a metade.

Ao discursar durante um evento eleitoral em Asheville, no Estado da Carolina do Norte, Trump falou sobre economia, mas sem evitar os ataques à sua oponente, a vice-presidente democrata Kamala Harris, e ao atual titular do cargo de presidente dos EUA, Joe Biden.

Em concreto, acusou o governo de Biden de ter causado uma subida generalizada de preços.

“Com quatro anos de Harris, as finanças nunca se recuperarão”, disse Trump, que acrescentou que há um risco de um ‘crash’ [queda acentuada] da economia, como houve em 1929.

Pela sua parte, garantiu que iria haver um ‘boom’ económico se ganhar as eleições, o que conduziria a uma descida de preços.

Um dos apoios para o seu plano viria dos combustíveis fósseis, que permitiria “cortar, pelo menos, para metade os preços da eletricidade”, ao mesmo tempo que criticou a “ameaça de Harris de proibir o ‘fracking’”, em alusão à técnica de fraturação hidráulica usada para obter gás e petróleo.

Por outro lado, Trump voltou a acusar a equipa de Harris e o seu companheiro de lista, o governador do Estado do Minesota, Tim Walz, de lhe roubarem ideias, como a de eliminar os impostos federais incidentes em atividades nos setores de hotelaria e serviços.

Na Carolina do Norte, um Estado-chave nas eleições deste ano, o republicano não evitou as suas temáticas recorrentes como a imigração indocumentada, que classificou como uma nova categoria de criminalidade, o “crime migratório”, que disse ter provocado a chegada de “traficantes de droga e assassinos” aos EUA.

Disse ainda que os crimes na Venezuela baixaram 72% graças a todos os criminosos que chegaram aos EUA, em resultado da política de “fronteiras abertas” do governo de Biden.

Voltou ainda a prometer a maior deportação da história do país, operação que vai por em marcha assim que tomar posse, no caso de ganhar as eleições.

Neste mesmo dia, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a taxa de inflação anual alcançou em julho o seu nível mais baixo em mais de três anos.

ZAP // Lusa

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