Um especialista da Universidade de Denver, nos Estados Unidos, alertou recentemente que eventuais vulnerabilidades em satélites artificiais em órbita podem vir a ser exploradas por piratas informáticos (hackers).
Mais de 50 anos depois do lançamento do primeiro satélite artificial (Sputnik-1), existem agora outros tantos em órbita: meteorológicos, militares, de comunicações.
Todos estes são operados a partir da Terra e é este facto que pode fazer destes objetos “vítimas” de piratas informáticos. De acordo com o cientista William Akoto, vulnerabilidades nos softwares de controlo dos satélites artificias podem ser aproveitadas por hackers.
“Se o hackers se infiltrarem nestes computadores, poderiam enviar comandos maliciosos para os satélites e apoderarem-se deles”, afirmou o cientista, num artigo de opinião publicado recentemente no portal The Conversation.
Akoto alerta que as vulnerabilidades de software, aliadas à falta de normas e regulamentos de segurança cibernética para satélites comerciais, quer nos Estados Unidos como noutros país, podem deixar os satélites muito vulneráveis a ataques cibernéticos.
Estas fragilidades, defende, são ainda maiores se tivermos em conta que muito dos componentes utilizados nos satélites recorrem a tecnologia de código aberto. “Estes ataques poderiam traduzir-se no bloqueio do funcionamento dos satélites, negando assim o acesso aos seus serviços”, sustenta o especialista.
Os hackers poderiam também bloquear ou falsificar os sinais oriundos do satélites, gerando assim o caos em, por exemplo, redes elétrica, de água ou sistemas de transporte.
Por outro lado, alerta ainda, “os satélites têm têm propulsores que lhes permitem acelerar, desacelerar e mudar de direção no Espaço (…) E se o hackers assumissem o controlo destes satélites poderiam alterar as suas órbitas e fazê-los colidir com outros satélites ou até mesmo com a Estação Espacial Internacional”.
Por tudo isto, o cientista da universidade norte-americana considera fundamental que os países trabalhem em prol de uma regulamentação de segurança cibernética espacial, notando que os esforços nesta área têm corrido a um ritmo lento.
“Qualquer que sejam os passos dados pelo Governo [dos Estados Unidos] e pela indústria, é imperativo agir agora. Seria um erro profundo esperar que os piratas informáticos ganhassem o controlo de um satélite antes desta questão [da segurança cibernética] ser abordada”, rematou William Akoto.
ZAP // SputnikNews