Nem o Ministério da Educação, nem a Direcção Geral de Saúde (DGS) revelam o número de casos de covid-19 nas escolas, depois da reabertura do ano lectivo. Mesmo sem dados oficiais, é possível contabilizar, pelo menos, 16 estabelecimentos com casos positivos.
Esta contagem foi feita pela Rádio Renascença junto das instituições de ensino público e privado que reportaram infecções do novo coronavírus. No total, são 16 as escolas assinaladas com casos de covid-19 entre alunos, professores e funcionários, considerando dados contabilizados até sexta-feira às 16 horas.
Começando a norte, o Agrupamento de Escolas António Feijó, em Ponte de Lima, reportou um aluno infectado que deixou a sua turma de quarentena em casa, mas a escola continua aberta.
No Centro Escolar da Lixa e na Escola Secundária da Lixa, em Felgueiras, há uma pessoa infectada que deixou 21 alunos e dois profissionais do Agrupamento em isolamento.
No Colégio Eurythmia no Porto, há quatro profissionais infectados. Mas depois de ter encerrado inicialmente para reforço de higienização, a escola já está a funcionar.
O Liceu Francês Internacional no Porto reportou dois casos que colocaram 161 alunos a ter aulas à distância, mas que já voltaram às aulas.
No Colégio de Nossa Senhora do Rosário, também no Porto, três alunos da mesma família testaram positivo na primeira semana de aulas, levando três turmas ao isolamento.
No Jardim de Infância da Escola Básica Nº 3 de Espinho, há 20 pessoas em quarentena depois de uma funcionária e de uma criança terem sido diagnosticadas com covid-19, mas o estabelecimento não fechou.
Em Viseu, a Escola Básica 2,3 de Penedono encerrou por falta de funcionários depois de uma ter testado positivo à covid-19 e continua sem abrir.
Na Guarda, a Escola Secundária Afonso Albuquerque tem um aluno infectado, mas as aulas seguem normalmente e nenhuma turma ficou de quarentena.
Em Leiria, na Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, um aluno infectado foi à aula de apresentação do ano lectivo, mas usava máscara e nenhuma turma ficou isolada, continuando a funcionar normalmente.
Na Escola Profissional de Leiria, foi reportado um caso positivo de covid-19, mas nenhuma turma ficou em isolamento.
O Politécnico de Leiria também continua a funcionar depois de dois casos positivos, um na Escola Superior de Tecnologia e Gestão e outro na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar que funciona em Peniche.
O Colégio do Planalto em Lisboa colocou 59 estudantes em quarentena depois de dois alunos terem testado positivo, mas não encerrou.
A Escola Secundária Básica 1 / Jardim de Infância das Laranjeiras, em Lisboa, encontra-se encerrada por tempo indeterminado depois de funcionários terem testado positivo. É a falta de funcionários que mantém o espaço fechado.
No Colégio Saint Julian’s em Lisboa, três alunos da mesma família testaram positivo, deixando três turmas em isolamento, mas continua a funcionar.
A Escola Secundária de Palmela colocou 21 turmas no regime de aulas à distância, depois de ter sido confirmado um caso positivo num assistente operacional. A escola encerrou inicialmente por falta de funcionários, mas já está a funcionar.
Finalmente, a Escola Secundária Pinheiro e Rosa, em Faro, tem uma turma em isolamento após uma aluna ter testado positivo.
DGS está “a fazer o apanhado” de casos
Em conferência de imprensa, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, revelou que a DGS ainda não tem o número total de alunos infectados. “Estamos a fazer o apanhado dessas circunstâncias”, apontou.
Graça Freitas considerou, contudo, que o início do ano lectivo “tem sido bastante pacífico do ponto de vista do número de casos e do número de surtos”.
“Há poucos casos relatados e quando existem surtos têm sido de pequena dimensão, o que tem permitido uma intervenção direccionada”, apontou.
A Fenprof, o maior Sindicato nacional de professores, já veio exigir ao Governo que revele as escolas onde há contágios.
Em comunicado, o Sindicato liderado por Mário Nogueira aponta que já pediu ao Ministério da Educação o acesso a essa informação.
A estrutura sindical tem também conhecimento de 16 estabelecimentos com casos positivos no total de 812 agrupamentos escolares, distribuídos por todo o país, num universo de mais de cinco mil escolas.
“À Fenprof, quer reportados por professores, quer por constarem em órgãos de comunicação social nacional ou local, chegaram informações de estabelecimentos de educação e ensino em Penedono, Lisboa, Barreiro, Palmela, Loulé, Lagos, Faro, Guarda, Seia, Trancoso, Aguiar da Beira, Coimbra, Leiria, Viseu, Aveiro ou Felgueiras onde já existem casos de infecção, quarentena, isolamento profilático ou encerramentos parciais ou totais”, aponta o Sindicato em comunicado.
Assim, a Fenprof apela ao ministério de Tiago Brandão Rodrigues que divulgue “a lista de escolas em que se verificaram casos de Covid-19, assim como as medidas adoptadas em cada uma delas como forma de prevenção de contágio”.