Há famílias em risco de ficar sem os filhos por terem perdido a casa

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Há uma nova forma de violência contra as crianças fomentada pelo Estado. A falta de acesso à habitação está a fazer com que cada vez mais crianças estejam a ser retiradas aos pais, quando, na realidade, segundo os especialistas, quem as “maltrata” são os governantes e não as famílias.

Portugal não está proteger as famílias que sofrem com a falta de acesso à habitação.

Há cada vez mais famílias em risco de ficar sem os filhos por terem perdido a casa.

Esta segunda-feira, o Público denunciou casos de famílias sinalizadas pelas comissões de proteção de menores – não por maus-tratos, mas sim por falta de acesso à habitação – uma calamidade que, de acordo com o matutino, afeta, sobretudo, famílias monoparentais da Área Metropolitana de Lisboa.

Maus-tratos… do Estado

À Antena 1, Rita Silva, da plataforma Casa Para Viver, disse que as crianças estão a ser retiradas às famílias de forma injusta, uma vez que é o Estado quem as maltrata e não a família.

“Vemos muitas vezes crianças a ser despejadas, a assistir ao despejo, a assistir à polícia a entrar em casa e a tirar tudo para pôr na rua… vemos muitas crianças a sofrer este tipo de maus tratos, só que não são maus tratos da família, são maus tratos por parte do Estado que não assegura uma alternativa”.

A ativista pelo direito à habitação sublinhou que as crianças e as famílias não podem ser responsabilizadas pelas políticas e problemas estruturais que os governantes não conseguem resolver: “A família não se portou mal, não é por culpa da família que há uma falta de habitação. É culpa de um problema estrutural e políticas que fazem as pessoas não ter acesso à habitação. As famílias e as crianças não podem ser culpabilizadas por isso”.

“Há famílias que tentam esconder ao máximo o facto de não conseguirem ter acesso à habitação, porque têm muito medo que a criança lhes seja retirada”, lamentou.

Nova forma de violência

Também em declarações à Antena 1, a vice-presidente da ordem dos psicólogos, Sofia Ramalho, disse que a falta de acesso à habitação é uma nova forma de violência contra as crianças: “Há um novo tipo de violência que é a falta de acesso à habitação, mesmo em situações em que os pais tudo fazem para tentar suprir esta necessidade das crianças, mas não conseguem, porque os ordenados em Portugal não permitem que isso aconteça”.

“Portanto, não é uma desproteção da família relativamente à criança, mas sim uma desproteção do Estado em relação à criança”, afirmou.

A especialista em psicologia social referiu ainda que o Estado está a falhar junto das famílias e a deixar as crianças com traumas.

“Aquilo que a criança sente é que não tem a segurança de que necessita, para se desenvolver, para poder estar bem na escola, na família, na relação com os outros, e isto gera desproteção, desesperança e também sentimentos que podem resultar num processo traumático para a crianças e para as famílias”, concluiu.

De acordo com o Público, há cada vez mais sinalizações de crianças e jovens às comissões de proteção de crianças e jovens em perigo (CPCJ), principalmente em áreas críticas como Lisboa Centro, Sintra Oriental e Amadora.

Miguel Esteves, ZAP //

6 Comments

  1. Ajudem os emigrantes e não ajudam os portugueses?! Mas que raio de patriotismo é este? Primeiro os nossos e depois os outros.
    Os ricos que ajudem os pobres, quer a nível da Segurança Social quer a nível de impostos.

  2. Estado Socia?… Liberdade, igualdade, fraternidade e solidariedade?… Humanismo e Voluntariado?… Só para Inglês ver…
    Lamentavelmente o 25 de Abril foi uma utopia, após 50 anos é uma distopia a saúde, a habitação, a educação e o trabalho.
    A corrupção, o nepotismo e a extorsão foram consagradas à esquerda e à direita como paradigmas da governação.

  3. Talvez seja melhor levar o seu xenofobismo para outro lado… Onde raio é que no artigo se refere que uma “ajuda aos emigrantes” tem alguma coisa a haver com a situação relatada?!
    ‘Patriotismo’ desse, egóico e sem humanismo algum, bem se dispensa!

  4. Exato caro Fernando, quando se diz “qualquer coisa” da boca para fora, sem sequer se pensar ANTES o que se está a dizer/escrever, habilitamo-nos a interpretações várias…

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