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Há 18 novas drogas a fugir à lei entre os pingos do esgoto

U.S. Department of Defense

Uma equipa de cientistas encontrou, nos esgotos de 47 cidades de países de quatro continentes, novas substâncias psicoativas — com efeito semelhante a anfetaminas ou cocaína, mas com alterações moleculares que contornam as leis antidrogas.

Um estudo aos esgotos em 16 países identificou 18 novas substâncias substâncias psicoativas com efeitos semelhantes aos de drogas urbanas conhecidas.

A equipa de cientistas, liderada por investigadores da Universidade de Queensland, na Austrália, analisou entre 2019 e 2022 amostras das águas residuais de 47 cidades da Europa, América, Ásia e Oceania.

De acordo com os autores do estudo, publicado hoje na Water Research X, o aparecimento destas novas drogas poderá ser resultado de uma estratégia dos narcotraficantes para se manter um passo à frente da lei, contornando as restrições legais que, em diversos países, estão associadas a substâncias e composições químicas específicas.

As 18 novas drogas detetadas são semelhantes a psicotrópicos vendidos ilegalmente, mas a sua estrutura molecular é ligeiramente alterada. Estas substâncias são sintetizadas para substituir as substâncias proibidas, dificultando a aplicação das leis que controlam a sua circulação, sugere o estudo.

O estudo mostra também que as substâncias psicoativas estão a ser usadas em todo o mundo, mas não revelou tendências regionais significativas.

As catinonas sintéticas, vulgarmente conhecidas por “Sais de Banho”, foram a classe química mais frequente.

Uma delas, a 3-metilmetacatinona (3-MMC), foi isolada em níveis especialmente elevados na Europa, sobretudo na Espanha e Eslováquia. Depois de detetada no Velho Continente nos primeiros exames, em 2019, espalhou-se para a América do Norte e Oceania nos anos seguintes.

As feniletilaminas, cujo efeito é semelhante ao das anfetaminas e benzodiazepinas sintetizadas, também apareceram com frequência. Sete substâncias psicoativas com efeitos comparáveis aos do ecstasy e da cocaína – entre as quais mefredona, etilona e eutilona – foram detetadas na Austrália.

Nos Estados Unidos, encontraram-se nos esgotos quantidades significativas de mitraginina, um opioide de origem vegetal que, apesar das advertências da FDA acerca dos seus perigos para a saúde, não está submetida a controle federal.

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