Gyökeres ressuscita leão no “inferno” de Faro

Como se escreve liderança em sueco? Diz-se “ledarskap”, mas também poderia ser Viktor Gyökeres. O “viking” bisou e foi determinante no triunfo do Sporting, que derrotou o Farense por 3-2 e, desta forma, isolou-se no topo da classificação, ultrapassando o FC Porto e ficando com mais um ponto do que o Benfica.

Numa partida imprópria para cardíacos, os “leões” estiveram a vencer por 2-0, os algarvios foram estóicos.

Mesmo reduzido a dez elementos desde os 18 minutos, o Farense conseguiu empatar com duas obras de arte de Mattheus Oliveira.

Foi novamente da marca dos 11 metros que Viktor Gyökeres “ressuscitou” o conjunto de Alvalade no “inferno” do São Luís e carimbou o sexto triunfo em sete jornadas.

“Leões” algarvios foram osso duro de roer

Grande primeira parte em Faro. Os primeiros 52 minutos passaram a correr e foram do melhor que já se assistiu nesta edição da Liga.

Com a liderança isolada à vista, o “leão”  de Lisboa foi voraz, pressionante e ameaçador. Ao minuto 21, Gyökeres converteu uma grande penalidade – Gonçalo Silva travou com o braço um remate de “Pote” e foi expulso -, o domínio leonino intensificou-se, a classe de Pedro Gonçalves foi letal e dilatou a vantagem.

Porém, num período do encontro alucinante – Sporting passou a ter menos paciência a circular a bola e o Farense aproveitou para esticar as iniciativas ofensivas pelos corredores laterais -, Mattheus Oliveira, com régua e esquadro, carimbou um golaço de livre directo. Um lance que galvanizou o público que lotou o São Luís e deixou água na boca para a segunda parte…

Soltinho, Pedro Gonçalves esteve em foco neste período e foi o melhor em campo, destacando-se com três remates, um grande golo, 25 acções com a bola, seis duelos ganhos e um GoalPoint Rating de 7.1.

Ao intervalo, Paulinho substituiu Hjulmand, “Pote” recuou no terreno e o Sporting deu sinais de vida no ataque, mas quem marcou foram os anfitriões, novamente através da precisão de Matheus Oliveira.

Nem sempre com o melhor discernimento – abusou dos cruzamentos em vez de tentar circular a bola com rapidez e paciência -, o “leão” ameaçou – Ricardo Velho fez uma defesa espectacular aos 69 minutos, negando o golo a Paulinho.

Aos 79 “Pote” falhou por centímetros –, o Farense respondeu (desta feita, Adán conseguiu travar Mattheus), e já na recta final foi assinalada falta de Zé Luís sobre Edwards, grande penalidade, que Gyökeres converteu.

O Farense, que tinha vencido os últimos três jogos em casa, voltou a cair, ao passo que o Sporting não perdeu esta época, somando sete triunfos e um empate em oito jogos oficias.

Melhor em Campo

A passagem por Alvalade não foi feliz, mas o médio reerguer a carreira e tem sido um dos destaques do Farense.

Qualidade não lhe falta, pautou o jogo da equipa, vestiu o “fato de macaco” quando foi preciso preencher a inferioridade numérica e foi letal na conversão de dois livres directos.

O filho de Bebeto embalou Adán e ia fazendo o mesmo aos “leões” de Lisboa.

Fechou o encontro com três remates (todos enquadrados), apontou dois golaços, obrigou o guardião contrário a uma grande defesa, contabilizou 45 acções com a bola, venceu sete duelos, perdeu quatro, recuperou a posse em seis ocasiões, registou 14 perdas da posse e teve uma eficácia de 78% (cinco falhados em 23 tentados) no capítulo do passe.

Por tudo isto, foi um justo MVP com um GoalPoint Rating de 8.4, para Mattheus Oliveira.

Destaques do Farense

Ricardo Velho 7.3

Sem quaisquer culpas nos três golos sofridos, foi um dos esteios dos algarvios com uma série de defesas, oito para sermos mais rigorosos – evitou 0,9 golos (defesas – xSaves).

Talocha 7.0

Muito seguro, principalmente nas missões defensivas, destacando-se com um remate, dois passes para remate, dois cruzamentos eficazes em outras tantas tentativas, ganhou dez duelos e coleccionou 17 acções defensivas.

Destaques do Sporting

Viktor Gyökeres 7.6

O ataque sportinguista é outro com ele em campo. Tanto surge descaído sobre o corredor esquerdo, com na faixa central. Na fase final, acusou algum cansaço, mas ainda assim não deixou de criar perigo sempre que ligou o turbo. O sueco bisou – em cinco tentativas -, já leva cinco tentos no campeonato, uma assistência, recebeu 17 passes progressivos, atingiu a incrível marca de 20 acções com a bola na área contrária (máximo no duelo), venceu nove duelos, perdeu sete, registou 19 perdas de bola e quatro conduções progressivas.

Pedro Gonçalves 7.5

Uma das melhores exibições do camisola 28 no decurso da época, ele que voltou a ser utilizado no ataque e depois no meio-campo. Em qualquer uma das funções foi influente, com cinco remates, um golo, 54 acções com a bola (cinco na área adversária), seis recuperações de bola e 11 perdas da mesma.

Marcus Edwards 6.3

Muito interventivo, protagonizou a jogada (penálti) que acabou por ser decisiva no desfecho do jogo. Sai de cena com quatro remates, uma ocasião flagrante criada, sete acções com a bola na área adversária e duas conduções progressivas.

Gonçalo Inácio 6.1

Sem o capitão Coates, que saiu lesionado logo aos 11 minutos, assumiu o comando da linha defensiva. Acertou cinco dos oito passes longos que arriscou, gizou sete passes progressivos em 110 acções com a bola, sete conduções progressivas e oito acções defensivas. A rever: venceu apenas dois duelos e perdeu 11. 

Matheus Reis 6.0

Responsável por quatro conduções progressivas, quatro recuperações de posse, dez perdas e quatro acções defensivas.

Diomande 5.8

De pedra e cal no “onze”, o jovem central carimbou um remate, 118 acções com a bola (máximo na partida), levou a melhor em quatro dos cinco duelos aéreos defensivos em que interveio, chegou às seis recuperações de bola e nove perdas do esférico.

Geny Catamo 5.7

Refrescou a faixa direita com um remate, 33 acções com a bola, oito recuperações de posse, oito perdas acumuladas e sofreu duas faltas.

Nuno Santos 5.7

Nem sempre tomou as melhores decisões – apenas um dos sete cruzamentos tentados foi eficaz e falhou sete dos 37 passes tentados -, finalizou em duas ocasiões e acumulou 21 perdas de bola (máximo no duelo deste sábado).

Paulinho 5.6

Entrou no reatamento e foi importante na reacção leonina com cinco remates (três enquadrados) – desperdiçou uma ocasião flagrante – e sete acções com a bola na área algarvia.

Adán 4.1

Ainda realizou duas boas defesas, mas ficam muitas dúvidas – não retirando nenhum mérito a Mattheus Oliveira – na forma como foi batido por duas vezes na sequência de livres directos.

Resumo

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