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Revelados os guardiões secretos do livro de orações de Ana Bolena

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Sotheby's / Wikimedia

Ana Bolena e Henrique VIII pintados por Daniel Maclise (1835).

Antes de ser executada, em 1536, Ana Bolena passou secretamente entre as suas amigas uma coleção de orações. Agora sabemos quem protegeu o livro dos olhos do rei.

Ana Bolena foi a segunda esposa do rei Henrique VIII e rainha consorte do Reino de Inglaterra, de 1533 até à anulação do seu casamento, dois dias antes da sua execução em 1536.

Este ano marca o 485.º aniversário da sua decapitação. O “Clube do livro de Ana Bolena” tem sido uma das histórias mais mediáticas nos media.

Em causa está uma coleção de orações pertencentes a Ana Bolena que, de acordo com um artigo do Smithsonian, “foi secretamente distribuída entre as suas amigas nobres após a sua execução”.

Quase meio milénio depois da morte, uma investigadora inglesa revelou uma lista secreta de nomes que protegeram o Livro de Orações de Ana Bolena depois de ela morrer.

O Livro de Orações de Ana Bolena poderá ter sido apenas um dos vários livros, incluindo um “livro de horas”, guardado no Castelo de Hever, em Kent, que foi a sua casa de infância. Os livros de horas explicavam aos leigos certos elementos do breviário utilizado pelos padres, contendo algumas preces e salmos.

Três livros de horas de Ana Bolena sobrevivem até hoje. O mais velho dos três é precisamente o que está em exposição no Castelo de Hever. É este que contém a inscrição “O tempo virá”, que Ana Bolena escreveu abaixo de uma imagem da Ressurreição dos Mortos.

A investigadora Kate McCaffrey aplicou luz ultravioleta para revelar um conjunto de “nomes nunca antes vistos inscritos no livro”, pertencentes àqueles que o protegeram após a trágica e controversa morte da rainha.

Segundo o Ancient-Origins, McCaffrey examinou aquilo que descreveu como “manchas de danos causados por água”, que a luz ultravioleta revelou esconderem nomes nunca antes vistos.

Segundo a investigadora, as amigas de Ana Bolena arriscaram enfrentar a ira do rei para salvar o livro.

Os nomes estão todos identificados como sendo da sua confiança nos seus últimos dias de vida. Entre os nomes está um político da corte do rei Henrique, Sir John Gage, a sua esposa Philippa e a sua irmã Elizabeth Shirley.

No entanto, embora os nomes tenham sido revelados, não se sabe exatamente como é que o livro passou de Ana Bolena para as outras mulheres após a sua execução. McCaffrey sugere que o livro foi passado entre uma rede de conhecidos após a sua morte.

Um divórcio que dividiu a Igreja

O casamento de Ana Bolena com Henrique VIII foi muito polémico na época, visto que o rei anulou o seu casamento com Catarina de Aragão para que se pudesse casar com Bolena.

O Papa Clemente VII não aprovou o divórcio de Henrique VIII e Catarina de Aragão e, posteriormente, o casamento deste com Ana Bolena. Isto deu início à rutura religiosa entre Inglaterra e a Igreja Católica Romana, resultando na criação da Igreja Anglicana.

Ana Bolena foi mandada investigar por alta traição em abril de 1536. Em 2 de maio, foi presa e enviada para a Torre de Londres e, mais tarde, foi acusada e condenada por adultério, incesto e conspiração para matar o rei.

Os historiadores modernos acreditam que as acusações contra Ana Bolena foram injustas. Entre os cinco homens que foram presos, com quem foi acusada de cometer adultério, estava, por exemplo o seu próprio irmão George. A bota não bate com a perdigota, sugerem os historiadores.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

  1. Essa mulher sempre me repugnou. Foi vil demais o que ela fez com a Rainha Catarina de Aragão. Acredito que tenha traído o Rei.

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