A PSP do Porto tem estado a contactar as escolas depois de várias crianças terem sido adicionadas automaticamente a um grupo de WhatsApp intitulado “Bora bater record de mais pessoas no grupo” que divulga conteúdos violentos, incluindo pornografia e pedofilia.
Os pais devem estar atentos ao uso que os filhos fazem da Internet. É uma tarefa difícil porque é complicado controlar totalmente o tipo de conteúdos a que estes acedem.
Isso mesmo é ilustrado pelo recente caso de grupos de WhatsApp com conteúdos violentos que estão a adicionar os contactos de crianças de forma automática.
O caso já se tem verificado em outros países e, nesta semana, chegou ao Porto, com a PSP a alertar as escolas para a situação depois das denúncias de vários pais.
Estamos a falar de grupos que partilham conteúdos violentos, incluindo pornografia e pedofilia, e de crianças com idades médias entre os 11 e os 12 anos.
A origem destes grupos é desconhecida, mas algumas crianças estão a ser adicionadas automaticamente a estes grupos do WhatsApp.
Como proteger filhos dos grupos do WhatsApp violentos?
Os pais devem estar atentos a este tipo de situações. E quando se deparam com estes grupos, ou com outros que considerem prejudiciais para os seus filhos, devem retirar o filho do grupo. Após sair do grupo, deve apagar-se e bloquear quem o adicionou sem autorização.
Mas, para evitar que isto volte a acontecer, é possível impedir que o seu filho seja adicionado a grupos do WhatsApp por desconhecidos. Basta, para isso, gerir as opções de privacidade.
Assim, entre no WhatsApp do seu filho, clique nos três pontinhos que aparecem no canto superior direito do ecrã do telemóvel e escolha “Definições”.
Seleccione a opção “Privacidade” e procure o campo “Grupos”. Depois disso, vai encontrar uma listagem com “Quem pode adicionar-me a grupos”. Escolha a opção “Os meus contactos” na lista.
A opção “Todos” aparece automaticamente aos utilizadores do WhatsApp, permitindo que qualquer pessoa o adicione a qualquer grupo.
Com a alteração para “Os meus contactos”, “apenas os contactos dele o podem adicionar a grupos”, explica-se na página de Facebook do projecto Miúdos Seguros na Net. “Os restantes terão de enviar um link de convite para aderir ao grupo”, esclarece-se ainda.
Educar para os riscos da Internet
Mas além desta mudança de privacidade, é preciso continuar atento ao uso que um filho faz da Internet. E devem denunciar-se sempre quaisquer situações problemáticas às autoridades, mas também às próprias plataformas online envolvidas.
No caso do WhatsApp, se o seu filho for adicionado a grupos com conteúdos violentos, denuncie o caso também à aplicação de mensagens.
A par disso, é preciso educar constantemente os filhos para os perigos da Internet, passando a mensagem de que não devem partilhar grupos de desconhecidos, nem convidar os colegas e amigos para os mesmos.
No caso que está a motivar a preocupação da PSP, não se sabe de onde partiram os convites, ou quem está na base destes grupos. E, por isso mesmo, as motivações por trás são também uma incógnita.
“Pode ser alguém a querer angariar uma audiência de crianças e jovens para promover qualquer coisa, podem ser pessoas mal-intencionadas para ficarem com contactos”, explica ao Público Tito de Morais do projecto Agarrados à Net.
“Os miúdos publicam fotografias de perfil e, dado os conteúdos que estavam a ser partilhados, também podem ser predadores sexuais“, ou ainda “alguém que pode vir a usar um link malicioso, na expectativa de que venha a ser aberto”, conclui Tito de Morais.