Mais dois dias de paralisação na CP. Sindicato dos Trabalhadores do Impostos anuncia greve ao início e ao fim do dia.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap) e o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (Sinafe) anunciaram hoje uma greve na CP – Comboios de Portugal para os dias 27 de fevereiro e 1 de março.
“Os sindicatos da UGT, Sinafe [Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins] e Sintap [Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública], avançam para a greve face à interrupção das negociações na CP e na IP”, informaram hoje, em comunicado.
Assim, os trabalhadores da CP vão fazer greve à prestação de “todo e qualquer trabalho nos seguintes termos”, nos dias 27 de fevereiro e 1 de março, “durante todo o seu período de trabalho”.
Na terça-feira, aqueles sindicatos tinham anunciado uma greve na Infraestruturas de Portugal (IP) para os dias 28 de fevereiro e 02 de março.
Em causa está o “impasse” nas negociações salariais com a administração da IP e da CP, afirmam os sindicatos em comunicado.
Segundo contam, na última reunião, as administrações mantiveram a proposta apresentada na anterior reunião, “não havendo qualquer evolução, nem aproximação às reivindicações do Sintap e do Sinafe”.
“Claramente condicionado pelo Governo, o negociador patronal acenava com o despacho da tutela financeira que limitava o aumento a 5,1% da massa salarial, o que se traduz por mais um ano de perda de poder de compra para os trabalhadores da IP-Infraestruturas, IP-Telecom, IP-Engenharia e IP-Património”, pode ler-se no comunicado.
De acordo com o Sintap e o Sinafe, as propostas dos sindicatos não foram consideradas pela comissão negociadora patronal, pelo que, “perante este impasse, a administração decidiu travar a fundo as negociações impondo aumentos salariais por ato de gestão”.
No comunicado, os sindicatos indicam que a greve é pelo aumento dos valores salariais e do poder de compra, pela retoma da negociação coletiva e pela “não discriminação de trabalhadores” e contratação de pessoal.
Trabalhadores impostos
O Sindicato dos Trabalhadores do Impostos (STI) avançou com um pré-aviso de greve às três primeiras e às três últimas horas da jornada de trabalho, com início em março e possibilidade de renovação mensal até ao final de 2023.
Com esta paralisação parcial, os trabalhadores dos impostos pretendem mostrar o seu desagrado perante “a desvalorização profissional” e o “colapso da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)”, segundo refere o STI num comunicado emitido hoje.
A greve, cujo pré-aviso foi emitido esta terça-feira, terá início a partir do próximo mês de março, abrangendo “as primeiras três horas e últimas três da jornada de trabalho”, podendo ser renovada por “iguais períodos mensais, até ao final de 2023 ou até que o STI veja as suas reivindicações atendidas”.
O STI refere que esta forma de luta surge perante a ausência de resposta, “quer por parte da tutela, quer por parte da Direção-Geral da AT”, aos “muitos problemas que afetam os trabalhadores” e pela ausência de “qualquer indício de que as condições em que se trabalha na AT vão mudar para melhor”.
“Pelo contrário, a desorganização no funcionamento dos serviços perpetua-se, continua-se a trabalhar com cada vez mais pressão, com milhares de trabalhadores a acusar desgaste físico e psicológico”, refere o sindicato liderado por Ana Gamboa.
O STI indica ainda que os procedimentos relacionados com as carreiras “ou estão parados ou avançam lentamente, ou avançam com prejuízo dos trabalhadores”, como resultado de uma política de gestão de recursos humanos “que promove a discricionariedade e o sentimento de injustiça entre colegas”.
Além da greve, o STI vai ainda organizar concentrações de trabalhadores e outras iniciativas de protesto, cuja divulgação remete para mais tarde.
// Lusa