O primeiro dia de greve na Portway teve uma “excelente adesão dos trabalhadores efetivos”. Foram cancelados 60 voos em Lisboa, 33 no Porto e registados atrasos substanciais em Faro e Funchal.
O primeiro dia de greve na Portway, que se prolonga até domingo, teve uma “excelente adesão dos trabalhadores efetivos”, referiu esta sexta-feira o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) que considerou “uma vitória” as dezenas de voos cancelados.
O sindicato salientou, em comunicado, que o primeiro dia de greve ficou marcado pela “excelente adesão dos trabalhadores efetivos da empresa de assistência em escala nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal”.
“Contudo, é de lamentar que o despacho ministerial que definiu os serviços mínimos não permita que a grande fatia dos trabalhadores — os trabalhadores de assistência a passageiros de mobilidade reduzida (MyWay) — possa aderir a esta greve. Logo, há uma grande parte de trabalhadores que ficou impedida de exercer o seu direito à greve”, frisou.
O SINTAC realçou também “o histórico cancelamento de 60 voos em Lisboa, 33 no Porto e de atrasos substanciais em Faro e no Funchal”, sublinhando que o número de voos cancelados esta sexta-feira e nos próximos dias é “uma vitória”.
No entanto, lamentou que “os problemas e os objetivos principais desta greve ainda não foram alcançados”. O sindicato apontou que a empresa “foge à verdade” quando refere que não foi a Portway a contratar serviços para substituir grevistas.
“Sobre o alegado investimento da Portway em instalações e condições de trabalho, não compreendemos. Uma vez que esse valor deve estar a ser canalizado para viaturas e melhorias de condições apenas na sede da empresa”, atirou ainda, explicando que irá divulgar nos próximos dias “registos das deploráveis condições em que certos locais da empresa se encontram”.
Sobre as declarações da empresa quanto aos salários, o SINTAC referiu que “os trabalhadores da Portway ganham bastante menos que os trabalhadores de outra empresa que opera em Portugal”, garantindo que irá apresentar “comprovativos de diversos recibos sobre o miserável salário dos trabalhadores da Portway e, ainda, demonstrações de como os feriados estão a ser pagos a 50%”.
Quanto à denúncia do SINTAC ao governo e à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) sobre a contratação de serviços externos para a substituição de grevistas na Portway, que a empresa rejeita, o sindicato referiu no comunicado que o regulador está a levar a cabo ações de fiscalização no aeroporto de Faro, Porto e Lisboa.
Em causa estão serviços de push-back (trator que empurra os aviões para a pista), notou a estrutura sindical. Os trabalhadores da Portway deram início a uma greve de três dias nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, convocada pelo SINTAC.
Em declarações à Lusa, Rita Reis, diretora de recursos humanos do grupo, apontou que a greve levou ao cancelamento de 118 voos em Lisboa e no Porto. Durante a tarde, a empresa disse que a greve estava a ter “uma adesão inferior a 10%”.
// Lusa