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Os grande abelhões aprendem a localizar as melhores flores

(dr) Natalie Hempel de Ibarra

Os grandes abelhões investem tempo para aprender a localização das melhores flores, revela uma nova investigação da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que dá ainda conta que o tamanho destes insetos influencia diretamente a tomada de decisão na procura de néctar.

De acordo com o novo estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica especializada Current Biology, os zangões menores, que têm um menor alcance de voo e capacidade de carga, revelam um comportamento completamente oposto, não prestando especial atenção às flores com o néctar mais rico.

Para chegar a esta conclusão, a equipa analisou os “voos de aprendizagem” que a maioria das abelhas realiza após deixar as flores e descobriu que o fenómeno, já conhecido e documentado nas abelhas, ocorre também com os abelhões, que são os macho das diversas espécies de abelhas sociais.

“Pode não ser amplamente conhecido que os insetos polinizadores aprendem e desenvolvem preferências individuais de flores, mas a verdade é que as abelhas são seletivas”, disse Natalie Hempel de Ibarra, professora associada no Centro de Investigação Comportamental Animal de Exeter e co-autora do estudo, citada em comunicado.

“Ao deixar uma flor, [os abelhões] podem decidir de forma ativa quando esforço deve ser feito para relembrar a sua localização (…) A descoberta surpreendente no nosso estudo é que o tamanho da abelha determina esta tomada de decisão e o comportamento de aprendizagem”, sustentou a investigadora.

No estudo, as abelhas em cativeiro foram observadas enquanto visitavam flores artificiais com soluções de sacarose (açúcar) em concentrações variadas.

A equipa descobriu que quanto maior era a abelha, mais variável era o seu comportamento de aprendizagem, dependendo da riqueza da solução à base de açúcar.

Já as abelhas menores, investiam o mesmo esforço para aprender a localização das flores artificiais, independentemente da concentração de açúcar ser alta ou baixa.

“As diferenças que encontramos refletem os diferentes papéis das abelhas nas suas colónias. Os grandes abelhões podem carregar cargas maiores e explorar áreas mais longe do ninho. Os pequenos [espécimes] não se podem dar ao luxo de ser tão seletivos e, por isso, aceitam uma maior variedade de flores. Estas pequenas abelhas tendem a envolver-se mais em tarefas no interior do ninho – só saem para procurar alimentos se o suprimento de comida na colónia estiver a acabar”, rematou Hempel de Ibarra.

Sara Silva Alves, ZAP //

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