Governo vai usar rastreio serológico para desenhar medidas para o próximo inverno

Tiago petinga / Lusa

Apesar de constituir um poderoso instrumento para avaliar a atual situação pandémica em Portugal, Ana Mendes Godinho afasta a ideia de que o rastreio poderá servir para aferir a necessidade de administrar terceiras doses da vacina contra a Covid-19.

O estudo serológico que teve ontem início nos lares de idosos vai dar ao Governo informações importantes para desenhar e antecipar o que pode ser o futuro da pandemia em Portugal, com especial destaque para os meses de inverno. Segundo Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança, os resultados do rastreio vão mesmo servir para identificar que medidas devem ser implementadas.

A propósito da realização dos testes serológicos na Santa Casa da Misericórdia de Vila do Bispo, em Sagres, a governante adiantou que deverão participar no estudo cerca de 5200 utentes provenientes de 62 lares de idosos do Algarve e do Alentejo, todos já agendados e calendarizados até ao fim de agosto. Para Ana Mendes Godinho esta constitui uma “amostra muito representativa“.

Segundo a ministra, os resultados do estudo deverão conseguir as “medidas necessárias para o outono e inverno”, algo que constitui uma “preocupação” para o Governo, que assim também cria “capacidade também de antecipação e de ter maior informação possível científica em relação à população nos lares.

“Só está a ser feito este estudo na população idosa porque será um estudo pioneiro a nível mundial por ser dedicado e focado num grupo de pessoas para depois conseguir fazer um retrato de comparação com outros grupos e universos de população”, sublinhou.

Sobre a possível influência dos resultados do rastreio na decisão de administrar uma terceira dose de reforço da vacina contra a Covid-19, Ana Mendes Godinho afirmou que este estudo “é mais uma fonte de informação” sobre a evolução da situação pandémica em Portugal e recusou que este venha a ser usado para outras finalidades.

“As decisões sobre a evolução da vacina serão tidas a seu tempo e pelas autoridades de saúde, não sendo o estudo decisivo ou um instrumento para esse efeito“, explicou, reforçando ainda que o rastreio servirá sobretudo para antecipar a capacidade de implementação de medidas para os próximos meses.

De acordo com o Diário de Notícias, a ministra aproveitou a ocasião para afirmar que a vacinação de idosos residentes em lares está “praticamente completa” e que as pessoas que após a Covid-19 mesmo estando vacinadas são “casos isolados” — em Portugal existem atualmente 56 surtos ativos em lares, o que no entender de Ana Mendes Godinho demonstra que face à eficácia da vacina “o impacto e a gravidade da doença tem-se verificado menor”.

ARM, ZAP //

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