Governo proibiu voos no Aeroporto de Lisboa entre a 1 e as 5 da manhã

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Após protestos à porta do aeroporto, Miguel Pinto Luz implementa um “hard curfew” para evitar ruído noturno provocado pelos aviões.

“O grupo de trabalho sobre os voos noturnos [em Lisboa] já concluiu e posso anunciar aqui que nós vamos implementar um ‘hard curfew’ [restrições] que vai impedir voos entre a 01h00 e as 05h00 da manhã”, comunicou esta manhã o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, durante a discussão do OE.

O ministro referiu-se à medida um “passo gigantesco” enquanto respondia à deputada Isabel Mendes Dias, do partido Livre. É por isso que o hard night curfew (numa tradução livre, um recolher obrigatório noturno) que o grupo de trabalhos decidiu implementar vai de encontro ao objetivo do governo em reduzir o ruído e a poluição que afetam diretamente os habitantes dessa zona da cidade, disse Pinto Luz.

Ontem de manhã, cerca de três dezenas de moradores de bairros de Lisboa e Loures protestaram em frente ao aeroporto, gritando frases como “queremos dormir” e garantindo têm aulas e consultas médicas interrompidas, cheira a combustível e têm hipertensão.

O protesto foi organizado pela plataforma “Aeroporto fora, Lisboa melhora”, e o que foi reivindicado foi o fim dos voos noturnos, a não expansão e o encerramento do aeroporto, além da construção urgente do novo aeroporto de Lisboa fora da cidade e de um novo pulmão verde na cidade.

Em setembro, o executivo da Câmara Municipal de Lisboa aprovou por unanimidade uma moção em que defende a redução do número de movimentos por hora no Aeroporto Humberto Delgado e recusa qualquer aumento da capacidade aeroportuária.

De acordo com uma portaria de 2004, está estabelecido o máximo de 91 movimentos aéreos semanais e 26 diários entre a 00h00 e as 06h00.

Aquela portaria estabelece ainda que a autorização de movimentos aéreos durante o período noturno está condicionada aos níveis de ruído das aeronaves utilizadas.

A associação ambientalista Zero tem feito reiteradas denúncias de desrespeito dos limites previstos.

ZAP // Lusa

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