Na Escócia, um golfinho com 8000 anos foi desenterrado acidentalmente, durante escavações para a construção de uma piscina.
Paul McDonald estava a escavar uma piscina para os filhos, em Stirling, na Escócia, quando encontrou um esqueleto de golfinho com 3 metros.
“Comprámos a casa há seis anos e encontrei algumas coisas interessantes, como garrafas antigas e moedas, mas sempre quis encontrar algo assim“, confessou Paul McDonald à BBC.
McDonald estava a fazer escavações no quintal de sua casa, para fazer uma piscina para os quatro filhos, quando encontrou as ossadas.
Por sorte ou ironia do destino, McDonald é propagandista médico em ortopedia e, por isso, foi rápido a “topar” o que se passava.
“Estava a escavar na piscina quando topei com algo incomum. Vi a redondeza do crânio e depois vi o focinho e os dentes e soube imediatamente que era um golfinho“, relatou.
“Pesquisei golfinho-roaz no Google e pensei ‘uau’. Preso na argila a essa profundidade, eu sabia que devia ser antigo. Também foi encontrada uma ferramenta que nos diz mais acerca do que aconteceu, é espantoso“, acrescentou.
Os ossos foram preservados em argila, cerca de 80 cm abaixo do nível atual do solo, por aquilo que se acredita ter sido até 8000 anos. Com eles estava a tal ferramenta feita de chifre de veado, que teria sido usada para esculpir a carne.
Acredita-se que o golfinho tenha sido transformado numa refeição por caçadores-coletores – ou caçadoras – locais.
“Estou feliz por encontrá-lo e por garantir que será bem cuidado e que as pessoas terão a oportunidade de o ver”, disse McDonald.
Os ossos isoladamente pertencem-lhe, e a ferramenta pode ser declarada Tesouro – o que significa que ele pode ganhar uma recompensa enquanto descobridor.
“É a descoberta de uma vida”
O crânio foi removido por especialistas dos Museus Nacionais da Escócia (NMS) para ser analisado, enquanto o resto do esqueleto está a ser totalmente escavado.
Murray Cook, arqueólogo de Stirling, disse que esta é, possivelmente, a primeira descoberta deste tipo, na Escócia, em mais de um século. Os últimos ossos de baleia encontrados perto de Stirling foram em 1897.
“É a descoberta de uma vida. Depois da Era do Gelo, após o recuo do gelo, esta área era um vasto mar repleto de vida Os nosso primeiros antepassados caminhavam todos os dias pela costa à procura de alimentos como algas e mariscos e, se uma foca, uma baleia ou um golfinho encalhassem, seria esculpida no imediato”, explicou o arqueólogo.
Sobre a ferramenta, Murray Cook disse que “significa que eles estavam a cortar o golfinho, e isso é tremendamente excitante. A ponta partiu-se – ainda esperamos encontrá-la – e eles descartaram-na”.
Andrew Kitchener, curador de vertebrados do NMS, disse à BBC que trabalha no museu há 35 anos disse que nunca tinha visto nada assim.
“Parece que é um animal encalhado que simplesmente afundou na argila e foi preservado todo este tempo até que o Paul o descobriu, o que é quase um milagre“.
“É bastante pequeno, então possivelmente é uma fêmea, e seus dentes estão bastante desgastados, o que sugere que é um animal mais velho”, explicou o especialista.
Andrew Kitchener disse que a idade do golfinho pode ser determinada com mais precisão, depois de se radiocarbonizarem os ossos.
“Estamos apenas no começo. É apenas emocionante vê-lo surgir da argila.”
ZAP // BBC
