A FTX Internacional, uma das maiores bolsas de criptomoedas do mundo, está a enfrentar uma crise de liquidez, depois de uma fuga de clientes em massa.
A empresa viu-se obrigada a pedir ajuda à rival Binance e suspendeu temporariamente os levantamentos de clientes para travar o agravar da situação.
“A FTX International tem atualmente um valor total de mercado de ativos e colaterais que é superior aos depósitos de clientes”, disse o fundador e CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, através das redes sociais.
O Financial Times avança que a FTX precisa de 7,8 mil milhões de euros para resolver a situação. Apesar disso, Bankman-Fried garante que o dinheiro dos clientes está seguro e pede encarecidamente desculpas pelo inconveniente.
O colapso da plataforma levou as autoridades dos EUA a investigar a empresa por violações potenciais das regulamentações dos títulos e os analistas a anteciparem mais problemas para este mercado.
A FTX tinha concordado no início desta semana em ser vendida à rival Binance depois de ter experimentado uma corrida o equivalente a um bank run (corrida aos depósitos de um banco pelos seus clientes preocupados com o futuro da instituição).
No caso, os clientes saíram da plataforma depois de ficarem preocupados com a possibilidade de esta estar descapitalizada.
Uma pessoa conhecedora do assunto adiantou que o Departamento de Justiça e a reguladora da bolsa (SEC, na sigla em Inglês) estão a examinar a FTX para determinar se existiu atividade criminosa ou ofensas às regras do mercado de capitais.
CEO perdeu 97% da fortuna
Sam Bankman-Fried, que chegou a ser um dos jovens mais ricos do mundo, e que prometeu doar 99% da sua fortuna à caridade, viu a sua fortuna cair estrondosamente.
O jovem de 30 anos tinha uma fortuna avaliada em 16 mil milhões de dólares no início desta semana. Com a iminente ruína da FTX, Bankman-Fried tem agora uma fortuna avaliada em mil milhões de dólares — perdeu 94% da sua fortuna.
O norte-americano tem uma participação maioritária de 53%na empresa, que valia 6,2 mil milhões de dólares. Outros 7,4 mil milhões de dólares vinham da sua outra empresa de troca de criptomoedas, Alameda Research.
Daniel Costa, ZAP // Lusa