O congressista criou um GoFundMe para uma cadela com um tumor e recusou dar o dinheiro ao dono para a cirurgia. George Santos tem ainda um passado como drag queen no Brasil.
Parece que a cada dia que passa, mais detalhes são revelados sobre o passado do recém-empossado congressista Republicano George Santos.
Após ter vindo a público que Santos mentiu sobre a sua educação, o seu currículo profissional, sobre as suas raízes judaicas e até haver dúvidas sobre a veracidade do seu casamento ou sobre a alegação de que a sua mãe morreu devido ao 11 de Setembro, há agora alegações criminais contra o representante.
O congressista já tem problemas com a lei no Brasil, onde viveu e onde tem família, estando acusado de ter roubado um livro de cheques e de o usar de forma fraudulenta para proveito próprio. Agora, está a ser acusado de roubar 3000 dólares de um GoFundMe criado para dois veteranos com uma cadela doente.
De acordo com Rich Osthoff, um dos veteranos da marinha norte-americana que alega ter sido defraudado, o seu pitbull Sapphire começou a desenvolver um tumor em 2015. Na altura, Osthoff era sem-abrigo e estava a viver numa tenda, após ter perdido o emprego e a casa.
O seu amigo Michael Boll, que fundou uma rede de apoio aos veteranos no estado da Nova Jérsia, integrou Osthoff na rede e prometeu ajudá-lo a tratar da cadela. Boll afirmou que tinha um amigo em comum com Santos, que lhes disse que este tinha experiência no resgate e apoio a animais.
Os dois veteranos avançam ainda que conheciam Santos por um nome falso — Anthony Devolder. Santos criou um GoFundMe para financiar a cirurgia para a cadela de Osthoff, que terá angariado cerca de 3000 dólares, avança a CNN.
Mas a situação complicou-se quando o veterano pediu o dinheiro. Osthoff e Boll acusam Santos de deixar de cooperar e de criar repetidos obstáculos para não lhe dar o dinheiro.
Quando os veteranos o confrontaram sobre as suas intenções e sobre a sua organização de caridade, Santos recusou dar-lhes o dinheiro. “Ele ficou tão zangado comigo que recusou dar-me o dinheiro e deixou de atender as minhas chamadas“, afirma Osthoff.
Esta não é a única instância suspeita em torno do trabalho de caridade de George Santos. O site da campanha do congressista afirmava que este tinha fundado uma instituição de resgate de cães e gatos que teria salvado 2500 animas entre 2013 e 2018, mas não existem declarações de impostos ou contas nas redes sociais da organização.
Em 2017, esta instituição-fantasma de Santos organizou um peditório conjunto com uma outra instituição de caridade de Nova Jérsia, tendo cobrado 50 dólares pela entrada no evento. O outro grupo alega que nunca recebeu a sua parte dos fundos angariados e que Santos apresentou muitas desculpas para não lhes dar o dinheiro.
Passado como drag queen
Foi também agora revelado que George Santos competiu como drag queen em concursos de beleza no Brasil há 15 anos. Uma drag queen de 58 anos, conhecida pelo nome Eula Rochard, afirma à Reuters que conheceu o agora congressista quando este era um travesti na primeira parada do orgulho gay em Niterói, em 2005.
Três anos mais tarde, Santos competiu num concurso de beleza para drag queens, acrescenta Rochard. Uma outra pessoa de Niterói que afirma conhecer Santos confirma que o representante Republicano participou em concursos de drag e que aspirava vencer o prémio Miss Gay do Rio de Janeiro.
Santos é o primeiro congressista Republicano abertamente gay a vencer uma eleição sendo um não-incumbente, mas defende várias das posições mais conservadores do partido. O representante é um apoiante da lei “não digas gay” da Flórida, por exemplo, que proíbe a discussão de temas relacionados com identidade de género ou orientação sexual nas escolas.
Estas revelações surgem numa altura em que Santos está a ser investigado devido à enorme teia de mentiras que construiu e por estar sob suspeita de violar a lei ao usar fundos da sua campanha política para fins pessoais.
Apesar dos apelos à sua demissão, Santos continua no cargo e até foi nomeado para dois comités da Câmara dos Representantes. O congressista já admitiu ter “embelezado” o seu passado escolar e profissional, mas nega ser um criminoso.
A história desta criatura tem tudo para dar um fime ou uma série. É uma coisa absolutamente fora-de-série. É uma mistura de rídículo, vergonhoso, ultrajante. Se calhar, ainda se vai candidatar à Casa Branca…
Só num país atrasado como os EUA é que seria possível um cromo qualquer, mentir e falsificar curriculo e chegar a Senador. Enfim, por vezes vemos nos filmes, personagens que facilmente mudam de identidade com a maior das facilidade, pois é, lá isso acontece e não é ficção. Parece que lá, mais importante que um documento de identificação com um BI, é a carta de condução. Enfim….