Gatos do TikTok ameaçam o plano de munições da Ucrânia

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George Ivanchenko / EPA

O TikTok pode travar a expansão de um dos principais fornecedores de munições do Ocidente. A empresa está a ter dificuldades em responder à procura.

O Ocidente une esforços para fornecer munições ao exército ucraniano, mas encontrou um obstáculo que não imaginava encarar. A culpa é do TikTok e dos seus vídeos de gatos adoráveis e coreografias virais. Mas como?

Os planos de expansão da Nammo, uma das maiores fabricantes de munições da Europa, estão em risco devido à alocação de energia elétrica necessária para um data center do TikTok.

A sua principal fábrica, em Raufoss, na Noruega, está em expansão para atender à procura sem precedentes de munições devido à guerra na Ucrânia.

No entanto, escreve o El Confidencial, a fábrica está em risco porque poderá não ter o fornecimento de eletricidade necessária para operar. A energia será direcionada para o data center da rede social chinesa, que já tinha solicitado a conexão.

“Se não conseguirmos a energia que precisamos, a expansão que a Nammo planeou está em risco”, explica Thorstein Korsvold, do departamento de comunicação da empresa, em declarações ao jornal espanhol.

A ampliação é fundamental para garantir o abastecimento de munições para a Ucrânia. O exército ucraniano tem disparado cerca de 6 mil balas por dia, mas este pode aumentar em até dez vezes.

A Nammo tem operações em 11 países e já assinou um contrato de 250 milhões de euros com o governo norueguês este ano, o maior da sua história.

A Agência Europeia de Defesa conseguiu um acordo para a compra conjunta de 2 mil milhões de euros em munições para a Ucrânia, mas o CEO da Nammo, Morten Brandtzæg, alerta que esse valor é necessário apenas para que a indústria europeia de munições acompanhe o ritmo ucraniano.

“Mas estamos preocupados porque vemos o nosso crescimento futuro comprometido pelo armazenamento de vídeos de gatos”, lamentou Brandtzæg.

De acordo com o Financial Times, o TikTok está a construir três data centers este ano com a opção de adicionar mais dois até 2025 em Hamar, perto de Raufoss.

“Não descartarei que não seja por pura coincidência que esta atividade esteja próxima de uma empresa de defesa. Não posso descartar isso”, disse Brandtzæg.

ZAP //

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