JD1: eis a galáxia mais pálida do início do Universo

(dr) Nature

Galáxia JD1

Astrofísicos confirmaram a descoberta da galáxia mais pálida já vista no início do Universo; é também uma das mais distantes de sempre.
Uma equipa de astrofísicos confirmou a existência da galáxia mais pálida já vista do início do Universo.
A JD1 é também uma das galáxias mais distantes identificadas até hoje e teve uma vida relativamente curta.
É típica dos tipos de galáxias que queimaram através da névoa de átomos de hidrogénio que sobrou do Big Bang.
Essas galáxias deixaram a luz brilhar através do Universo e moldaram o Universo até à sua formação actual.
Foi graças ao Telescópio Espacial James Webb, da NASA, que a equipa chegou a este achado, cujos resultados foram publicadas na revista Nature.
Quando o Universo se expandiu após o Big Bang, arrefeceu. E baixou o suficiente a temperatura para formar átomos de hidrogénio – que absorvem fotões ultravioleta de estrelas jovens.
Mas até ao nascimento das primeiras estrelas e galáxias, o Universo ficou escuro e entrou na “idade das trevas cósmica“.
Quando estrelas e galáxias apareceram, veio também a energia ultravioleta que começou a queimar, ou ionizar, a névoa de hidrogénio.
Isso, por sua vez, permitiu que os fotões viajassem pelo espaço, tornando o universo transparente, lembra o Phys.
Dessa Época da Reionização, faltava denominar os tipos de galáxias. E o James Webb trouxe o que faltava: instrumentos infravermelhos sensíveis necessários para estudar a primeira geração de galáxias.
Os autores do estudo acreditam que galáxias mais pálidas (ou seja, com menos luz) são mais representativas das galáxias que conduziram o processo de reionização, permitindo que a luz ultravioleta viajasse sem impedimentos pelo espaço e tempo.
JD1 é tão escuro e tão distante que é difícil estudar sem um telescópio poderoso – e sem uma ajuda da natureza.
JD1 fica atrás de um grande aglomerado de galáxias próximas, o Abell 2744, cuja força gravitacional combinada duplica e amplifica a luz de JD1. Isso transmite a sensação de que a galáxia é parecer maior e 13 vezes mais brilhante.
É a lente gravitacional. E só com lentes gravitacionais foi possível descobrir a JD1.
O instrumento espectrógrafo de infravermelho próximo do Telescópio Webb, NIRSpec, permitiu ter um espectro de luz infravermelha da galáxia. Assim, os astrofísicos determinaram: a sua idade precisa, distância da Terra, número de estrelas e a quantidade de poeira e de partículas pesadas.
A combinação da ampliação gravitacional da galáxia com as novas imagens de outro instrumento de infravermelho próximo do Telescópio Webb, o NIRCam, também possibilitou que a equip estudasse a estrutura da galáxia com detalhes e resolução sem precedentes, revelando três aglomerados alongados principais de poeira e gás que está a formar estrelas.
A equipa usou os novos dados para rastrear a luz de JD1 de volta à sua fonte e forma originais, revelando uma galáxia compacta com apenas uma fracção do tamanho de galáxias mais antigas (como a Via Láctea).
A luz demora até chegar à Terra, por isso estima-se que JD1 tenha sido formada há cerca de 13.3 mil milhões de anos.
Ou seja, o Universo era uma criança pequena, tinha apenas cerca de 4% de sua idade actual.

ZAP //

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