Furacão sueco suprime sopro do Dragão (e estraga festa das “Boas”)

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

FC Porto e Sporting empataram 2-2, este domingo, no Estádio do Dragão, naquele que foi o primeiro jogo na “nova era” portista. A três jornadas do final do campeonato, o Sporting está a duas vitórias de se sagrar campeão.

42 anos depois, o FC Porto jogou sem Jorge Nuno Pinto da Costa como “presidente eleito”.

O recém-eleito André Villas-Boas esteve nas bancadas, entre os adeptos, depois de ter recusado o convite do presidente cessante, Pinto da Costa, para ir para a tribuna presidencial.

Villas-Boas esteve muito perto de entrar com o pé direito nesta “nova era” com uma vitória categórica sobre um dos maiores rivais, mas o esquerdo e a cabeça de Viktor Gyökeres não permitiram.

2-2 foi o resultado final.

Eis o adulto Martim Fernandes

Relativamente ao último jogo, frente ao Casa Pia, Sérgio Conceição fez quatro alterações. Na baliza saiu Cláudio Ramos para o regresso de Diogo Costa. Na defesa, Zé Pedro rendeu Pepe e o estreante Martim Fernandes, de 18 anos, entrou para o lugar de João Mário. Na frente houve uma troca direta. Saiu Taremi, para dar lugar a Evanilson.

No Sporting, Rúben Amorim surpreendeu ao abdicar Nuno Santos em detrimento de Diomande. Já expectável – as ingualmente incomum – Paulinho jogou no lugar do melhor marcador do campeonato (Gyökeres, claro é).

Nas bancadas, os 45.230 espetadores estiveram muito emotivos e prestaram várias homenagens ao presidente cessante.

Ainda antes do jogo, quando surgiu na tribuna presidencial – num momento arrepiante -, Pinto da Costa foi aplaudido por todo o estádio.

Ao minuto 1, os Super Dragões esticaram uma tarja em homenagem ao “Rei” e o dragão aplaudiu, ininterruptamente, Pinto da Costa.

Levado pela emoção do momento, o FC Porto entrou a todo o gás e logo ao minuto 8 aproveitou o erro de Israel e Evanilson não deu tréguas.

Um FC Porto rejuvenescido foi-se superiorizando ao Sporting que tentava reagir, explorando – sem sucesso – as laterais.

Aos 20 minutos, o Dragão pediu penálti, após um lance na área do Sporting, entre Evanilson e Diomande, que deixou o avançado brasileiro a sangrar. Porém, o árbitro Nuno Almeida não fez a “vontade” aos portistas.

Os leões iam tentando reagir, mas as garras pouco afiadas do leão não conseguiam ferir o dragão.

Ao minuto 41, Martim Fernandes partiu tudo, deitou Hjulmand e, à entrada da área, serviu Pepê, para o 2-0 do FC Porto.

Ao minuto 42, para assinalar os 42 anos de presidência de Pinto da Costa, o Estádio do Dragão voltou a levantar-se para gritar “Pinto da Costa alez”, com Sérgio Conceição a puxar pelos adeptos e a aplaudir em direção à tribuna presidencial.

No final da primeira parte, o FC Porto esteve muito perto de chegar ao 3-0, após mais uma escorregadela – desta vez, literal – na defesa sportinguista.

A nota negativa da primeira parte vai para Diomande. Foram inúmeros os erros do defesa central costa-marfinense, que acusou muita pressão.

Pelo contrário, nota positiva para o “menino” Martim Fernandes que não tremeu, apesar do desafio de se estrear a titular pelo FC Porto – e logo num Clássico. O lateral direito nascido em 2006 apenas tinha somado minutos na Taça de Portugal.

Teremos sempre Gyökeres

Ao intervalo, Amorim lançou Gyökeres. O avançado sueco rendeu Daniel Bragança, com Pote a recuar no terreno para fazer dupla, no meio-campo, com Hjuldmand.

O furacão sueco tentou “abanar” o jogo mas o sopro da defesa do dragão era mais forte (até um certo ponto…).

Logo no início da segunda-parte St. Juste – que já vinha amarelado da primeira – fez uma falta imprudente que preocupou Rúben Amorim. De imediato, o técnico dos leões tirou o defesa neerlandês e lançou Eduardo Quarema.

Amorim só fez à hora de jogo aquilo que se pensava que ia fazer ao intervalo: tirou o “nervoso” Diomande e lançou Nuno Santos. Curiosamente, quem também entrou aos 60 minutos foi Morita – Paulinho saiu e Pote voltou a subir no terreno.

O leão ia “carregando”, mas sempre enjaulado pelos azuis-e-brancos.

A 10 minutos do fim, Sérgio Conceição refrescou a equipa e fortaleceu o meio-campo ao fazer entrar Romário Baró para a saída de Francisco Conceição. Numa troca direta, Taremi também rendeu Evanilson.

Amorim depositou as réstias de esperança em Marcus Edwards, mas de pouco valeu…: 1. o inglês acabou expulso; 2. Gyökerestratou do assunto.

Com dois golos, em no espaço de um minuto, Viktor Gyökeres empatou o jogo – e estragou a continuação da “festa de Villas-Boas”.

No minuto seguinte, com o jogo quente como nunca, o avançado inglês levou cartão vermelho, numa “embrulhada” com Galeno.

Sérgio Conceição ainda tentou reverter a desilusão (mais uma) perante os seus adeptos, lançando Danny Namaso, mas sem sucesso.

O FC Porto não vence em casa, para o campeonato, há quatro jornadas. Os azuis-e-brancos defrontam o Chaves na próxima jornada, em Trás-os-Montes.

Já os verde-e-brancos – que marcam há 39 jogos seguidos para o campeonato – estão a duas vitórias de se sagrarem campeões nacionais. No próximo sábado, o Sporting recebe o Portimonense, em Alvalade.

Miguel Esteves, ZAP //

1 Comment

  1. É um Prazer ouvir as comentadeiras vermelhas da cm, a falar pela entrada do Vitor só na 2ª parte… malha no Amor (im)…
    Não ganham o suficiente para contratar minimamente crediveis?!
    Assim, conseguem fazer piada desde o banal ao drama… sujeitando os jornalistas de “rua” ao mais vil trato humano.

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