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O mais pequeno de sempre: furacão Óscar enganou meteorologistas

Ernesto Mastrascusa/EPA

Apagão em Cuba devido ao furacão Óscar

Previa-se uma crise humanitária, uma emergência energética, mas afinal foi o mais pequeno de sempre na bacia do Atlântico.

Cuba esteve em sobressalto devido à chegada do furacão Óscar. Previa-se uma “emergência energética”, uma “crise humanitária”.

O furacão foi considerado uma tempestade de categoria 1. O Governo cubano suspendeu todas as atividades estatais “não essenciais”, paralisou todas as atividades laborais e escolas até quarta-feira.

Tudo porque, além da previsão dos estragos, o Sistema Nacional de Eletroenergia sofreu um colapso completo e originou um enorme apagão na ilha.

As autoridades decretaram um alerta de ciclone para a região. Pelo menos seis pessoas morreram ontem, segunda-feira.

Mas, afinal, o furacão Óscar foi o… mais pequeno de sempre. Entre os furacões registados na bacia do Oceano Atlântico, este foi o mais pequeno de sempre.

O jornal USA Today escreve mesmo que o Óscar “enganou os meteorologistas”.

Quando a tempestade se formou no sábado passado, os especialistas verificaram que a sua extensão tinha um diâmetro de apenas entre 8km e 10km – refira-se que a extensão de um furacão supera na maioria dos casos os 300km, e pode mesmo superar os 1.000km de diâmetro.

Numa escala tão pequena, o Óscar tornou-se o “furacão mais pequeno de sempre desde que há registos, com registos de campos de ventos de furacões que remontam a meados da década de 1960”, analisou o meteorologista Michael Lowry.

É o primeiro furacão a ficar abaixo dos 18km. Michael contou que este tipo de fenómeno é “extremamente raro”.

A Weather Network indica que esta dimensão tão pequena do Óscar permitiu que a tempestade escapasse à detecção por satélites e inicialmente “enganasse os modelos meteorológicos”.

Os meteorologistas só descobriram a sua força avançada quando uma aeronave “caçadora de furacões” penetrou no centro da tempestade.

“Mesmo os nossos modelos de previsão global mais avançados e de maior fidelidade (como o modelo europeu) não conseguem ‘ver’ características meteorológicas com tamanho inferior a 8 ou 10 km (é por isso que não podemos prever tornados individuais, apenas a configuração geral que pode levar a grandes tornados). Por isso, não é de admirar que tenham perdido o Óscar”, continuou o meteorologista Michael Lowry.

O furacão não teve o impacto que se previa mas vai continuar a causar estragos até quarta ou quinta-feira: chuvas fortes, inundações repentinas, deslizamento de terras e risco de morte para os cubanos. Nos EUA as praias podem ser atingidas por ondas perigosas nos próximos dias.

O furacão mais pequeno de sempre no Atlântico, antes do Óscar, havia sido o Marco, em 2008.

ZAP //

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