Fundo de reserva da Segurança Social perde 2,5 milhões no Credit Suisse

2

Manuel de Almeida / Lusa

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho

Quantia representa apenas uma pequena fatia dos mais de 23 mil milhões de euros euros geridos pelo Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.

A Segurança Social teve perdas na ordem dos 2,5 milhões de euros no Credit Suisse. Trata-se do valor quase total investido pelo Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, que acaba perdido na sequência do colapso do banco suíço, já que o que restam são 222 mil euros. Na semana passada, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho e da Segurança Social, esclareceu que a exposição do organismo ao risco era “ínfima” graças “a uma grande capacidade de diversificação das próprias aplicações”.

“É isso que temos sempre de salvaguardar através do Fundo de Estabilização que é exatamente a não dependência excessiva do mercado”, disse a governante.

Apesar da quantia elevada, esta representa apenas uma pequena fatia dos mais de 23 mil milhões de euros euros geridos pelo Fundo. De acordo com o Eco, o investimento no banco suíço pesava 0,006% na carteira. no entanto, as perdas desta aposta acumulavam-se há anos. Por exemplo, até 2021, as perdas potenciais eram de 1,3 milhões de euros no portefólio de fundo.

O Credit Suisse ocupava ainda o terceiro lugar no ranking dos piores investimentos acionistas do fundo, perdendo apenas para os investimentos na petrolífera BP e no banco HSBC (com potenciais perdas de dois milhões de euros).

Compra pelo UBS

Ontem os mercados abriram com a confirmação da compra do Credit Suisse pelo UBS, outrora rival, de forma a assegurar a confiança do sistema financeiro mundial. No entanto, os sinais de que algo não estava correto no gigante da finança internacional já havia aparecido há algum tempo. A instituição foi alvo de escândalos, coimas milionários, prejuízos históricos e até casos de espiões, tal como lembra o Eco.

Todos estes episódios abalaram a imagem do banco, ao mesmo tempo que muitos dos problemas do banco ficaram por resolver. De facto, mesmo com a aquisição por parte do UBS permanecem as dúvidas quanto às situações que serão herdadas e às práticas que poderão migrar para a nova casa-mãe. A única certeza parece ser quanto à inevitabilidade da venda.

“O fim do Credit Suisse é um revés para a marca Suíça. Não havia outra solução”, resumiu Vitor Constâncio, antigo vice-governador do Banco Central Europeu. “A turbulência nos mercados deve ter acabado, assim espero.”

ZAP //

2 Comments

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.