O fundador da corretora de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, a sua família e os principais executivos compraram pelo menos 19 imóveis nos últimos dois anos nas Bahamas.
Segundo avançou esta terça-feira a agência Reuters, as propriedades estão avaliadas em cerca de 121 milhões de dólares e incluem sete condomínios de luxo e casas com vista para o mar.
As propriedades terão sido compradas por uma unidade da falida corretora dos Estados Unidos (EUA), com o objetivo de serem usadas como “residência para pessoas-chave” da empresa.
Pelo menos uma das casas, com acesso à praia da baía de Old Fort, foi usada como residência de férias pelos pais de Sam Bankman-Fried, os professores de Direito da universidade de Stanford Joseph Bankman e Barbara Fried.
Atualmente, os pais de Bankman-Fried “estão a tentar repor a casa para a empresa”, referiu à agência um porta-voz da FTX.
A casa mais cara comprada pela FTX Property Holdings terá sido uma ‘penthouse’ de 30 milhões de dólares no resort de Albany, onde o jogador de golfe Tiger Woods organiza todos os anos um torneio.
Embora já se soubesse que a FTX e os seus funcionários compraram imóveis nas Bahamas, onde a empresa estabeleceu a sua sede em setembro do ano passado, os registos de propriedade vistos pela Reuters mostram pela primeira vez a escala da compra e o uso previsto de alguns dos bens imobiliários.
A compra destes imóveis é revelada 11 dias depois de a FTX ter entrado com um pedido de falência nos EUA, após uma corrida aos levantamentos ter provocado graves problemas de liquidez à companhia.
O jovem fundador da empresa, Sam Bankman-Fried, apresentou a demissão da liderança. A FTX chegou a ser a terceira maior corretora de criptomoedas do mundo.
FTX deve 3 mil milhões aos 50 maiores credores
De acordo com o Financial Times, as empresas do grupo FTX devem mais de três mil milhões de dólares (o equivalente a 2,96 mil milhões de euros) aos seus 50 maiores credores. A informação foi revelada este fim-de-semana em documentos entregues no tribunal federal dos EUA, que está a lidar com os pedidos de insolvência.
O jornal indicou que a lista demorou a ser compilada porque a equipa da FTX estava com dificuldades em localizar registos fiáveis do grupo. O grupo indicou que ainda está a rever informação e poderá ter de atualizar a lista.
Segundo o mesmo jornal, dos 50 maiores credores, todos com valores acima de 20 milhões de euros cada, dois têm mais de 200 milhões de dólares (193 milhões de euros), cada, em falta.
Documentos entregues previamente mostram que o passivo total das empresas, com mais de um milhão de credores, ultrapassa os dez mil milhões de dólares (9,69 mil milhões de euros).
Em janeiro, a FTX tinha sido avaliada em 32 mil milhões de dólares (cerca de 31,5 mil milhões de euros) e Sam Bankman-Fried reunia-se frequentemente com legisladores norte-americanos para falar sobre o futuro das criptomoedas. Mas, apesar da imagem de prosperidade, a empresa estava profundamente endividada.
A primeira audiência de Sam Bankman-Fried está marcada para a manhã de terça-feira no U.S. Bankruptcy Court for the District of Delaware, o tribunal federal responsável por tratar assuntos de falência no Delaware.