Seis jovens japoneses decidiram avançar com um processo judicial contra a central nuclear de Fukushima, depois de terem desenvolvido de cancro da tiroide nos anos que se seguiram ao desastre nuclear de 2011.
Os jovens, com idades compreendidas entre os seis e os 16 anos na altura do incidente, dizem ter contraído cancro devido à exposição à radiação. Segundo a BBC, todos eles foram submetidos a uma cirurgia para remover partes ou todas as glândulas da tiroide.
No total, pedem à empresa Tokyo Electric Power Company (TEPCO), operadora da central nuclear, uma indemnização de 616 milhões de ienes, cerca de 5,4 milhões de dólares. Contudo, pode ser muito difícil provar que a radiação foi mesmo a responsável pela doença nos jovens.
Um relatório da ONU publicado no ano passado indica que, uma década depois do desastre, “não foi documentado qualquer efeito nefasto para a saúde dos habitantes”. Já um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2013, afirma que a catástrofe não casou qualquer aumento observável nas taxas de cancro.
Em 2018, porém, o Governo japonês anunciou que um trabalhador tinha morrido após a exposição à radiação e concordou que a sua família deveria ser compensada.
Neste caso, os advogados dos jovens alegam que nenhum caso de cancro entre o grupo é hereditário e que é muito provável que a doença tenha sido causada pela exposição à radiação.
“Alguns demandantes têm dificuldades de avançar no ensino superior e de encontrar empregos e até desistiram dos sonhos para o futuro”, disse Kenichi Ido, um dos advogados.
O desastre nuclear de Fukushima aconteceu a 11 de março de 2011, quando um enorme terramoto ao largo do nordeste do Japão provocou um tsunami que causou um colapso nuclear.
Foi o pior desastre nuclear desde Chernobyl em 1986, na Ucrânia, mas tem sido considerado muito menos prejudicial para a população local.
Ainda assim, os efeitos a longo prazo da radiação continuam a ser motivo de debate.