Francesas protestam contra uso obrigatório de máscara durante o parto

Francesas estão a protestar contra os hospitais que exigem que as mulheres que dão à luz usem máscara até ao final do trabalho de parto.

De acordo com o jornal Daily Mail, as mulheres em França estão a ser forçadas a usar máscara durante o parto em alguns hospitais, com os médicos a poderem recusar-se a tratar quem não a queira usar.

Esta exigência está a provocar indignação entre as francesas, que relembram que, por outro lado, uma pessoa que esteja a praticar exercício físico num ginásio não precisa de usar máscara.

Os críticos desta medida, entre os quais médicos, argumentam que as mulheres nesta situação passam por um sofrimento desnecessário, às vezes levando-as a ficarem demasiado fracas para fazer força ou a ter de fazer cesarianas de emergência.

“Assim que fiz força pela primeira vez percebi que iria ser complicado e o meu instinto foi retirar a máscara para respirar”, conta uma mulher, que deu à luz recentemente, ao jornal britânico, acrescentando que lhe disseram que teria de pôr a máscara por ser “protocolo”.

Senti que estava a sufocar. Estava muito calor, estava a suar imenso por causa da máscara, não estava a conseguir suportar”, recorda.

“No final, o médico teve de usar fórceps e o meu filho nasceu com líquido amniótico nos pulmões, um galo na cabeça e teve de ser transferido para o serviço neonatal de outro hospital porque aquele em que eu estava não tem instalações adequadas”.

O grupo “Tou.te.s Contre les violences Obstetricales et Gynecologiques” recolheu o testemunho de mais de dois mil testemunhos desde o início de setembro. A pesquisa descobriu que 75% das mulheres que deram à luz durante a pandemia mostram sinais de depressão pós-parto, embora se observe que não se sabe qual era a estatística antes do aparecimento do novo coronavírus, uma vez que em França isso não é analisado.

A recomendação deste grupo é que apenas a equipa médica use máscara, podendo reforçar a sua segurança com outros instrumentos como, por exemplo, óculos de proteção.

Desde o início da pandemia, França contabiliza mais de 770 mil casos de covid-19 e cerca de 32.700 mortes, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins.

 

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