O que fazer caso haja guerra? França vai dar manual de sobrevivência à população

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Município de Orust

A versão atualizada do panfleto “Em caso de crise ou de guerra” que os cidadãos nórdicos começaram a receber nas suas caixas de correio no ano passado. Agora, é a vez dos franceses.

Depois dos suecos, noruegueses, finlandeses e dinamarqueses, os franceses vão receber nas suas caixas de correio um panfleto de 20 páginas a explicar o que fazer em caso de ameaça iminente. Só falta o aval de Bayrou.

O Governo francês tenciona enviar, até ao próximo verão, um manual de sobrevivência a todas as famílias do país para preparar a população para crises graves que se possam manifestar de várias formas, inclusive conflitos armados.

O folheto, segundo a Europe 1, conta com 20 páginas onde o governo descreve as medidas essenciais a tomar em caso de ameaça iminente. Face a um número crescente de ameaças, quer se trate de conflitos armados, de catástrofes naturais ou de crises sanitárias, as autoridades querem sensibilizar os franceses para a importância de estarem preparados. Fonte governamental explica à rádio francesa: “o objetivo deste documento é garantir a resiliência das populações face a todo o tipo de crise, seja ela natural, tecnológica, cibernética ou de segurança”.

Um guia com três partes

O manual está dividido em três secções. A primeira, “Proteger-se”, foca-se na solidariedade e nas medidas de precaução essenciais. Incentiva as pessoas a constituírem um “kit básico de sobrevivência” com água potável, alimentos enlatados, pilhas, uma lanterna e medicamentos essenciais. O manual vai recomendar que nesse kit se coloque também um canivete, fotocópias dos documentos pessoais, roupas quentes, cópias das chaves da casa e do carro e… jogos, para passar o tempo em caso de confinamento.

A segunda parte, “O que fazer em caso de alerta”, indica os comportamentos a adotar em caso de diferentes crises, como um acidente nuclear ou um atentado, e ainda exibe os números de emergência e as frequências de rádio a seguir em caso de catástrofe.

Por último, a terceira secção, “Participe”, promove a participação cívica. Explica como aderir a uma força de reserva, seja ela militar, digital ou local.

O folheto é inspirado numa iniciativa sueca de preparação para uma eventual guerra. Em novembro, cidadãos suecos, finlandeses e noruegueses — estes dois últimos, com  fronteiras terrestres com a Rússia — começaram a receber nas suas caixas de correio panfletos semelhantes ao que os franceses vão receber.

“Se a crise ou a guerra vier”, lia-se no pequeno panfleto amarelo do governo sueco. O panfleto já tinha sido distribuído quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas tem agora o dobro do tamanho e dos conselhos.

O projeto está em fase de validação e carece da aprovação do primeiro-ministro François Bayrou. Atualmente, estão a ser estudados dois títulos: um neutro, “Manual de formação em caso de crise”, e outro mais motivador, centrado na resiliência.

Tomás Guimarães, ZAP //

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