O presidente da SAD do Desportivo das Aves disse, esta segunda-feira, que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) assegurou que bastava aos avenses vencerem a Taça de Portugal para estarem presentes na Liga Europa.
Luiz Andrade alegou que a garantia teria sido dada pelo organismo que rege o futebol nacional e que, na altura, lhe foi assegurado que se o clube avense vencesse a Taça podia ir à Europa, contornando quaisquer faltas nos requisitos.
No final da cerimónia de receção do plantel avense na Câmara Municipal de Santo Tirso, o dirigente esclareceu aos jornalistas que “o Desportivo das Aves conquistou em campo a possibilidade de estar na prova europeia” e garantiu que vai lutar por esse direito.
“Houve conversas entre o Aves e a Federação sobre esse licenciamento. Houve alguns problemas no nosso estádio, problemas de falta de condições. O Aves tinha acabado de subir da II divisão e sempre nos disseram na Federação que não havia problema e que o Aves precisava apenas de ganhar a Taça de Portugal para estar na Liga Europa”, começou por explicar.
Luiz Andrade acrescentou ainda que os representantes da FPF entendiam a situação do Desportivo das Aves e desde sempre transmitiram a confiança de que poderiam estar presentes na Liga Europa se vencessem a final da Taça de Portugal.
“Eles entendiam que tínhamos acabado de subir da II Liga, tínhamos esses problemas, mas, mesmo assim, disseram que teríamos acesso direto à Liga Europa se, por mérito próprio, em campo, conquistássemos esse direito”, reforçou ainda o dirigente.
Luiz Andrade afirmou que sabia que o Aves “não tinha condições de disputar a Liga Europa normalmente”, confidenciando que, em dezembro, quando a Federação foi ao estádio do Aves fazer a vistoria “chegaram à conclusão que não tinha condições”.
“Isso é normal no futebol quando vens de uma II Liga. Ainda assim, a Federação sempre nos deixou convictos que poderíamos estar presentes e por isso transmitimos essa possibilidade aos nossos sócios”, disse.
O presidente da SAD avense confidenciou qual foi a altura em que a Federação lhes comunicou que não teriam os requisitos para participar na prova europeia, numa situação caricata.
“A Federação só disse ao Aves que não tinha condições de disputar a Liga Europa dois dias antes do jogo com o Sporting. Eles vieram dizer que não havia condições para disputar a final da Taça de Portugal, devido à falta de segurança, e disseram que teria que se disputar em agosto. Aí nós questionamos como seria a situação da Liga Europa se a final da Taça de Portugal só se realizasse em dezembro. E foi nessa altura que nos disseram que o Aves não teria direito a ir. Questionámos e eles disseram que em dezembro, quando apresentámos as condições, faltaram alguns requisitos“, afirmou ainda.
Luiz Andrade assumiu que o Desportivo das Aves vai lutar até “às ultimas consequências” para estar na Liga Europa, um direito que considera do clube por mérito próprio. “Temos condições, porque ganhámos isso em campo. Não é justo que fora do campo nos tirem esse direito que ganhámos de uma forma que se calhar nunca mais vamos ganhar”.
“O Aves é um clube pequeno, que ninguém esperava que ganhasse a Taça. Mas esqueceram-se que havia pessoas determinadas em ganhar e ganhámos. E agora a própria UEFA já colocou o Aves como um dos representantes portugueses. Agora eles que se desenrasquem. Vamos lutar como podemos por isso. Não devemos nada a ninguém. E se não formos para a Liga Europa será uma injustiça nacional“, concluiu.
Depois das declarações do presidente da SAD, o clube divulgou um comunicado no qual aborda a mesma questão. “A Federação Portuguesa de Futebol deve, até ao dia 30 de novembro do ano anterior ao da época a licenciar, remeter a todas as sociedades desportivas a documentação necessária para a inscrição do processo de licenciamento. Acontece que apenas em 5 de dezembro de 2017 (cinco dias após o prazo estabelecido pelo regulamento), o CD Aves – Futebol SAD recebeu essa mesma comunicação”.
O clube de Santo Tirso explica ainda que ao receber a comunicação da FPF considerou que a mesma não fazia sentido, “em primeiro lugar, por ser extemporânea e, em segundo lugar, por ser do entendimento desta sociedade desportiva que aquela norma apenas se aplicaria ao licenciamento através da posição ocupada no campeonato e não no que à Taça de Portugal dizia respeito, uma vez que em nenhum momento esta competição é mencionada”.
Deste modo, e tendo em conta estes dois argumentos e também devido à posição que o Aves ocupava na tabela – quando lutava pela manutenção na I Liga -, a comunicação não mereceu qualquer resposta.
Deste modo, o Aves concluiu que “é do entendimento da sociedade desportiva que o prazo de 30 de dezembro se referia apenas ao licenciamento via campeonato, sendo, no mínimo, incoerente que a FPF alegue o não cumprimento de prazos como motivo de reprovação do processo, quando a própria FPF, como demonstrado acima, não cumpriu com alguns dos prazos a que estava imposta pelo mesmo regulamento”.
No comunicado, o Desportivo das Aves admite que o assunto está entregue ao departamento jurídico do clube.
Garantida está a estreia dos avenses na Supertaça Cândido de Oliveira. O vencedor da Taça de Portugal vai defrontar o campeão nacional, FC Porto, no primeiro fim-de-semana de agosto, no jogo que marcará a abertura oficial da época 2018/19 em Portugal.
ZAP // Lusa / Futebol365
é algo bem estranho toda esta pouca vergonha, sempre foi quem ganhace a taça de Portugal ia para as competições, mas como não querem que va o Aves fazem toda esta trafulhice, enfim país que temos
Sendo verdade, Não é aceitável algo menos que a presença directa na Liga Europa. Mas maiores valores se levantam…