Foto inédita de Plutão mostra mancha em forma de coração

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NASA-JHUAPL-SWRI

A superfície de Plutão como nunca antes vista, com a sua mancha em forma de coração

A superfície de Plutão como nunca antes vista, com a sua mancha em forma de coração

Após uma viagem de nove anos e quase cinco mil milhões de quilómetros, a sonda espacial New Horizons começou esta semana a sua aproximação final a Plutão, revelando as melhores imagens já feitas de um dos planetas mais distantes do Sistema Solar.

A NASA (agência espacial norte-americana) divulgou esta quarta-feira o registo feito esta semana pela New Horizons, quando a sonda estava a “apenas” oito milhões de quilómetros de Plutão.

Esta quinta-feira, a sonda chegaria a seis milhões de quilómetros, rumo ao ponto de maior aproximação – 12,5 mil quilómetros -, uma passagem histórica que deverá acontecer no dia 14 de julho.

Esta última imagem foi o primeiro registo enviado depois da sonda entrar inesperadamente em modo de segurança, no último dia 4, e perder o contato com a Terra.

O “rosto” de Plutão visto na imagem é, em grande parte, o que será examinado de perto na próxima semana. Inclui uma ampla área escura próxima à linha do Equador de Plutão, conhecida informalmente por cientistas como “a baleia”, e uma área clara em forma de coração com cerca de dois mil quilómetros.

Planeta estranho

Na aproximação final, a sonda New Horizons ficará a apenas 12,5 mil quilómetros da superfície de Plutão.

A sua câmara de alta resolução LORRI (Long Range Recconnaissance Imager) deverá então captar imagens de resolução até 500 vezes superior aos últimos registos.

A câmara Lorri é responsável pela imagem mostrada nesta página, mas as informações sobre cores foram fornecidas pela outra câmara da sonda, a Ralph.

“As imagens ainda estão um pouco borradas, mas são, de longe, as melhores que já vimos de Plutão, e ainda vão melhorar”, afirmou John Spencer, do instituto de investigação SxRI (Southwest Research Institute), de Colorado, um dos parceiros da NASA no empreendimento.

“Neste momento, as imagens revelam apenas que Plutão é um planeta verdadeiramente estranho, com algumas áreas muito escuras, outras extremamente claras, e ainda não sabemos nada sobre o que são”, afirmou Spencer ao programa Newshour, da BBC.

Spencer e os seus colegas acreditam que a área mais clara pode estar coberta por monóxido de carbono congelado e que a mancha escurecida possa ser um depósito de hidrocarbonetos, queimados na atmosfera de Plutão por raios cósmicos e radiação ultravioleta.

Mas por agora tudo não passa de especulação.

“Teremos registos 500 vezes melhores na próxima terça-feira, quando acontecer a nossa passagem mais próxima”, disse Spencer.

Na aproximação final, a New Horizons estará a viajar a quase 14km por segundo – deasiado rápido para entrar em órbita.

A sonda fará um voo automático de reconhecimento, recolhendo o máximo de imagens e dados ao passar pelo planeta de 2.300 km de diâmetro e as suas cinco luas conhecidas: Caronte, Estige, Nix, Cérberos e Hidra.

A missão ocorre durante o 50º aniversário da primeira passagem bem sucedida de uma sonda norte-americana por Marte, feita pela Mariner 4. A New Horizons irá recolher cinco mil vezes mais informações do que a Mariner conseguiu quando passou pelo planeta vermelho.

Um dos grandes desafios da missão a Plutão é enviar toda a informação de volta até à Terra. A distância é enorme, o que torna o ritmo de envio dos dados muito lento. Serão pelo menos 16 meses para encaminhar todos os dados científicos que serão reunidos nos próximos dias.

ZAP / BBC

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