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Encontrado fóssil de tubarão de há 350 milhões de anos parecido com uma enguia

© Citron / CC BY-SA 3.0 / Wikimedia

O tubarão Phoebodus podia ser parecido com o tubarão-cobra dos dias de hoje (apresentado nesta imagem)

Um membro de um grupo indígena encontrou na Anti-Atlas, cordilheira montanhosa de Marrocos, um esqueleto quase completo e muito bem preservado do tubarão Phoebodus.

De acordo com o Live Science, os paleontólogos tiveram recentemente uma visão rara de um animal que existiu há 350 milhões de anos, através do primeiro esqueleto quase completo de um tubarão que pertencia ao género Phoebodus.

Os tubarões Phoebodus, que tinham cerca de 1,2 metros de comprimento, viveram muito antes dos dinossauros e do tubarão gigante Megalodon. Porém, antes deste estudo, agora publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, os cientistas não sabiam muito sobre como era esta espécie. Aliás, a única prova de que estes tubarões existiram mesmo tinham sido dentes com três cúspides encontrados anteriormente.

Entretanto, um membro dos Berberes, um grupo indígena do norte da África, encontrou pela primeira vez um fóssil quase completo desta espécie na Anti-Atlas, uma cordilheira montanhosa no sudoeste de Marrocos, tendo-o feito chegar a Christian Klug, paleobiólogo da Universidade de Zurique, na Suíça, e um dos autores do estudo.

Klug imediatamente percebeu que o espécime não era de “um peixe normal”, explica a autora principal da pesquisa, Linda Frey, acrescentando que foram descobertos este esqueleto e outros crânios na região sul das montanhas, numa camada de sedimentos de 360 a 370 milhões de anos que já foi uma bacia marinha.

O fóssil do esqueleto quase completo do tubarão Phoebodus

“Os fósseis estão muito bem preservados. Ficámos muito felizes com a descoberta”, declarou Frey ao mesmo site, explicando que todos estavam muito bem preservados porque estavam em condições com baixos níveis de oxigénio, onde os organismos em decomposição não podiam separá-los.

Uma análise aos fósseis mostrou que este tubarão tinha um corpo semelhante ao de uma enguia e um focinho longo, parecendo-se com o tubarão-cobra moderno — Chlamydoselachus anguineus —, embora os dois não estejam relacionados, afirma Frey.

Além disso, a anatomia da mandíbula do Phoebodus e a forma dos dentes com três cúspides sugerem que a criatura tinha uma estratégia de alimentação semelhante ao dos Lepisosteiformes, uma família de peixes de água doce com mandíbulas compridas. Estes animais “basicamente capturam as suas presas num movimento rápido“, e também podia ser assim que os tubarões Phoebodus se alimentavam, explica a investigadora.

As perguntas sobre o Phoebodus continuam a existir e não podem ser respondidas apenas com este esqueleto, uma vez que lhe falta uma barbatana caudal que lhes diria mais sobre como o animal se movia.

ZAP //

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