Do tamanho de uma baleia cachalote, novo fóssil dá mais pistas sobre a rápida evolução dos ictiossauros

Natalja Kent / Natural History Museum of Los Angeles County

A espécie de réptil marinho alcançou o seu enorme tamanho num período de tempo muito mais rápido do que o das baleias.

Os dinossauros eram os reis da terra e répteis marinhos gigantes eram os reis do mar. Chamados ictiossauros, foram os primeiros gigantes do nosso planeta e podiam ter mais de 15 metros de comprimento, perto do tamanho das baleias cachalote.

A nova espécie de ictiossauro gigante foi identificada com a descoberta de um fóssil do crânio de um exemplar, que pode ajudar os cientistas a entenderem melhor como as baleias se tornaram os maiores animais que alguma vez habitaram a Terra, de acordo com os especialistas do Museu de História Natural de Los Angeles.

As baleias precisaram apenas de 9% dos 55 milhões de anos da sua evolução para se tornarem os animais gigantes que conhecemos actualmente, mas os investigadores apontam para que os ictiossauros tenham chegado a tamanhos semelhantes após completarem 1% do tempo dos 150 milhões de anos de história que têm na Terra, revela o The Independent.

“Os ictiossauros derivam de um grupo ainda desconhecido de répteis que viviam na terra e que respiravam no ar”, revela Martin Sander, paleontólogo da Universidade de Bonn, num comunicado de imprensa.

Com a evolução das barbatanas e os formatos dos corpos hidrodinâmicos que são vistos tanto em peixes como baleias, estes répteis gigantes dominaram os oceanos durante quase um quarto de toda a Idade dos Dinossauros.

“Desde as primeiras descobertas de esqueletos no sul da Inglaterra e na Alemanha há mais de 250 anos, estes “peixe-saúrios” estavam entre os primeiros grandes fósseis de répteis descobertos pela ciência muito antes dos dinossauros, e capturaram a imaginação popular deste então”, acrescentou Sander.

No novo estudo, publicado na Science, os cientistas analisaram um fóssil gigante de ictiossauro escavado nas montanhas Augusta, no Nevada, nos Estados Unidos. O crânio bem-preservado, assim como parte da espinha dorsal, do ombro e de uma barbatana datam do Triássico Médio, entre há 247 e 237 milhões de anos.

É o exemplo mais antigo encontrado de um ictiossauro de proporções tão grandes como uma baleia cachalote, tendo mais de 17 metros. Com base no focinho longo e dentes cónicos, tudo indica que se alimentava de lulas e peixe, mas podia também ser um predador para répteis mais pequenos, dado o seu tamanho.

As redes alimentares marinhas desta altura podiam suportar animais deste tamanho, afirmam os cientistas, apesar da ausência de muitos produtores primários depois da  Extinção do Permiano-Triássico, há 252 milhões de anos, que eliminou quase 96% dos animais marinhos na altura.

ZAP //

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