A empresa de automóveis norte-americana Ford foi condenada ao pagamento de uma indemnização de 1,7 milhões de euros por um defeito de fabrico num veículo que provocou a morte de um casal, avançou esta segunda-feira a imprensa dos Estados Unidos (EUA).
Apesar de nos EUA ser frequente o pagamento de danos por parte das companhias construtoras de automóveis, assim como em casos de acidentes rodoviários, o valor atribuído neste processo é um dos mais elevados de sempre.
Após a sentença proferida na sexta-feira por um júri do condado de Gwinnett, a Ford indicou no domingo ao Wall Street Journal que pretende recorrer por falta de “consistência” relativamente às provas apresentadas. A empresa de automóveis não quis prestar mais comentários.
O caso diz respeito a um veículo – modelo pickup F-250 Super Duty – que capotou na sequência de um furo num pneu. A capota cedeu, o que provocou a morte dos dois ocupantes, numa estrada do estado da Geórgia.
Na sequência do acidente, os dois filhos do casal acusaram a Ford, apontando um defeito na construção da viatura que, segundo documentos publicados na imprensa norte-americana, se repetiu em dezenas de outros acidentes semelhantes.
Durante o julgamento, que se prolongou durante três semanas, os advogados da Ford citaram vários estudos sobre a segurança do carro que afirmam demonstrar que a capota era suficientemente “forte” para suportar o impacto. Mesmo assim, o júri considerou que a firma de Dearborn (Michigan) é responsável.
De acordo com documentos citados durante o processo, a Ford fabricou cerca de cinco milhões de veículos do género entre 1999 e 2016, antes da inclusão de peças de reforço da capota, em 2017.