/

Pela primeira vez, físicos mediram a “pele” de um átomo

(dr) Rodion Kutsaev

Impressão de artista de uma estrela de neutrões

Cientistas mediram, pela primeira vez, a “pele” de um átomo. A descoberta pode ser útil para perceber a dimensão de uma estrela de neutrões.

Pela primeira vez, uma equipa de físicos mediu a “pele” de um átomo e, como provavelmente seria de esperar, é extremamente fina. Esta descoberta, porém, pode ser útil para nos ajudar a entender as propriedades das estrelas de neutrões.

Os investigadores optaram por analisar o chumbo-208, um isótopo especial, uma vez que tem um tipo de núcleo que os físicos chamam de “duplamente mágico”, escreve a New Scientist. Isto porque os protões e os neutrões estão bem organizados dentro de conchas. Essas conchas mantêm o átomo relativamente estável, tornando-o a cobaia ideal para experiências.

O chumbo-208 tem muito mais neutrões do que protões, fazendo com que só se misturem no centro do núcleo, com alguns neutrões a formarem uma camada ao redor da borda. Medindo a espessura dessa camada de neutrões, os cientistas revelam a densidade do núcleo como um todo.

Os autores do estudo, publicado recentemente na revista Physical Review Letters, mediram a espessura da “pele de neutrões” ensanduichando uma amostra de chumbo-208 entre dois diamantes e bombardeando-a com um poderoso feixe de eletrões.

Os investigadores descobriram que a “pele do neutrão” tem cerca de 0,28 fentómetros — 0,28 trilionésimos de milímetro — de diâmetro, um pouco mais espessa do que os físicos previram.

Sabendo isto, podemos agora perceber melhor a pressão dentro das estrelas de neutrões, o que pode ajudar a estabelecer um limite para o seu tamanho.

Como diz o coautor do estudo Jorge Piekarewicz: “A física responsável pela pele do chumbo-208 também é responsável pelo tamanho de uma estrela de neutrões”.

“A gravidade quer esmagar a estrela de neutrões e torná-la um buraco negro, e algo está a impedir o seu colapso — esse algo é a mesma coisa que faz a pele de neutrões”, acrescentou o investigador.

Daniel Costa, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.