A gravidade artificial em naves espaciais é recorrente nos filmes de ficção científica – mas tem sido mais fácil imaginá-la do que alcançá-la.
Isto, no entanto, pode mudar em breve. A Physical Review D vai publicar um artigo de André Füzfa, da Universidade de Namur, Bélgica, que sugere que temos tecnologia suficiente para gerar gravidade.
O princípio teórico de Füzfa reside na Teoria da Relatividade. O investigador começou do mesmo ponto que Einstein, o princípio de equivalência: uma pessoa de pé sobre a superfície do planeta vai sentir a mesma força que alguém de pé dentro de um foguete que acelere constantemente. Se a pessoa estiver dentro de um ambiente sem janelas, ela não vai conseguir saber em que situação se encontra.
Mas para o princípio da equivalência ser verdadeiro, os outros fenómenos naturais – entre eles o campo eletromagnético – também devem ser afetados. Segundo as palavras de André Füzfa, todos os tipos de energia produzem e estão sujeitas à gravitação da mesma forma.
No seu trabalho, o investigador sugere que a criação de um campo magnético muito forte poderia criar um campo gravitacional pela distorção das geodésicas, as linhas do espaço-tempo.
Solucionando as equações de Einstein-Maxwell – tem mais de 40 no trabalho -, o campo magnético curvaria as linhas geodésicas, curvando a trajetória de um feixe de luz. Além de curvar a luz, também criaria um efeito Doppler gravitacional – a luz sofreria um desvio para o vermelho.
Não é assim tão simples
Tudo isso não pede nada que já não seja conhecido: não se está a falar de nenhuma nova Física, apenas conceits já conhecidos. O problema está em testar esta hipótese.
Para fazer o aparato sugerido no trabalho, é preciso muito investimento. O campo magnético será gerado ao longo de vários dias numa máquina com camadas sobre camadas de ímanes supercondutores, e um aparelho ultrassensível para detetar variações mínimas de gravidade no campo magnético.
Assim, os campos magnéticos extremamente fortes vão gerar um campo gravitacional mínimo.
Mesmo não sendo concretizável no imediato, o trabalho de André Füzfa vai lançar novas luzes sobre a relação entre eletromagnetismo e gravidade, e aumentar o nosso entendimento sobre a gravidade. E, quem sabe, num futuro não muito distante, poderá haver gravidade artificial nas naves espaciais – os astronautas agradecem.
acho que no passado,ja fizeram algo parecido, chamaram de projeto filadelfia