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Fio magnético pode vir a ser usado para detetar cancro

(dr) Sam Gambhir

Uma simulação deste fio magnético que poderá vir a ser usado para detetar cancro

Investigadores da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos EUA, desenvolveram um fio magnético que poderá vir a ser utilizado para detetar células cancerígenas.

A ideia é que este fio magnético seja inserido na veia de um paciente para depois poder encontrar células cancerígenas que possam estar pela corrente sanguínea. Os resultados desta investigação foram publicados, esta segunda-feira, na revista científica Nature Biomedical Engineering.

Para já, esta técnica só foi testada em porcos mas detetou 10 a 80 vezes mais células tumorais do que os atuais métodos de deteção de cancro através do sangue, tornando-se uma poderosa ferramenta para diagnosticar a doença mais cedo.

As células que este fio magnético apanha são as que andam pela corrente sanguínea livremente, conhecidas como células tumorais circulantes, e que podem servir como biomarcadores do cancro, sinalizando a presença da doença.

No entanto, estas células circulantes são escassas e, por isso, uma amostra de sangue normal normalmente não as deteta – afinal, estamos a falar de alguns mililitros do volume total de sangue que, em humanos adultos, é de cerca de cinco litros.

É aqui que este fio magnético pode fazer a diferença. Em primeiro lugar, os investigadores inseriram nos porcos nanopartículas especiais com propriedades magnéticas e um anticorpo que se liga às células tumorais circulantes.

De seguida, inseriram o fio numa veia perto da orelha dos animais, que é semelhante às veias do braço de um ser humano e, quando as células do tumor flutuaram pelo fio, que tem aproximadamente o comprimento de um dedo mindinho e a espessura de um clipe, aderiram a este material. Foi então que o fio magnético foi removido das veias dos porcos, com as células tumorais “presas” nele.

“Acreditamos que seria preciso recolher 80 amostras de sangue para conseguir o que este fio faz em 20 minutos”, explica Sam Gambhir, um dos investigadores do estudo. “Por isso, esperamos que esta nova abordagem possa enriquecer a nossa capacidade de detetar o cancro e dar-nos uma melhor perceção de quão raras são estas células, e quão cedo aparecem uma vez que o cancro esteja presente”.

No futuro, os investigadores acreditam que esta técnica também pode ser usada para recolher informações genéticas sobre tumores localizados em locais onde é difícil realizar uma biopsia ou para verificar se um determinado tratamento está a funcionar ou não.

Ou até mesmo tornar-se um tratamento em si mesmo. “Se conseguirmos que seja realmente bom em sugar células cancerígenas, quase que age como um filtro que as agarra e as impede de se espalhar para outras partes do corpo”, sugere Gambhir.

Para já, a equipa está a preparar a técnica para ser testada em humanos, o que envolve perceber o que acontece com as nanopartículas magnéticas que ficam no corpo. Segundo o cientista, estão neste momento a fazer os testes em ratos e, até agora, não se revelaram tóxicas e até se desintegraram em algumas semanas.

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