A 420 metros abaixo do nível do mar, a Finlândia está a criar um local para armazenar os seus resíduos nucleares durante séculos.
Muitos países na Europa estão a afastar-se da energia nuclear. No início de 2022, a Alemanha encerrou três das suas seis centrais nucleares funcionais, à medida que se focou em formas renováveis de energia a longo prazo.
A França e a Bélgica também anunciaram planos semelhantes para se afastarem da energia nuclear, mas a Finlândia parece estar a seguir outro caminho, enquanto constrói outra central nuclear, segundo a Interesting Engineering.
A Finlândia é um país relativamente pequeno em tamanho e a maioria dos seus 5,5 milhões de residentes reside na parte sul do país.
O país ocupa a 216ª posição em densidade populacional, e com a maioria das suas centrais nucleares localizadas no lado norte do país, o risco para a vida humana devido a um acidente é bastante reduzido.
Com 1.600 MW, o maior reator nuclear do mundo deverá ficar operacional no final deste ano e a Finlândia precisa de manter os resíduos nucleares seguros.
O país tinha iniciado o processo de identificação de potenciais locais de armazenamento a longo prazo dos seus resíduos nucleares, e em 2000 foi selecionada uma ilha em Olkiluoto, ao largo da costa ocidental do país.
A cidade vizinha de Eurajoki não é estranha à energia nuclear, tendo quase todos na cidade um amigo ou um familiar que trabalhou numa das duas centrais nucleares localizadas nas proximidades. Uma terceira está a caminho de se tornar funcional.
A Finlândia utiliza reatores de água a ferver (BWR) para gerar energia, mas para o armazenamento dos resíduos necessita de um local específico, que a empresa construtora do local, Posiva, encontrou debaixo de um leito rochoso.
Nas proximidades encontram-se duas falhas sísmicas que podem tornar-se ativas após a próxima era glacial, mas como a instalação está localizada precisamente entre elas, espera-se que se mantenha inerte à atividade sísmica.
As varas de combustível gastas passam frequentemente décadas a arrefecer numa piscina de água provisória mas, para serem armazenadas, a água será aspirada por robôs numa sala de aço inoxidável, coberta por paredes de betão com 1,3 metros de espessura, informou a Science Magazine.
As varas serão então colocadas em recipientes de ferro fundido, num recipiente de cobre com gás inerte, preenchido entre eles para criar uma atmosfera não reativa.
Os barris de cobre serão enterrados em pavimentos de túnel e enchidos com argila bentonítica, que absorverá água e impedirá que esta chegue ao combustível.
Os túneis serão cobertos com betão, para não serem perturbados durante 100.000 anos, como local de repouso final do combustível nuclear.
Espera-se que o local comece a funcionar até 2024 ou 2025 e permaneça operacional até 2120, para depois ser selado permanentemente.
Melhor que os armazenar, seria não os produzir.
Produzimos residuos nucleares porque? Em tempos mais antigos não existiam residuos nucleares e as pessoas aguentavam-se. Agora os cientistas ja´andam todos loucos com as nanoparticulas, Será que isso vai ser prejudicial ao ambiente? Nem eles sabem ainda.