É o fim do mistério de Pablo Neruda. Já sabemos o que matou o escritor

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Pablo Neruda, escritor laureado com um Nobel da Literatura.

Perícias já tinha indicado que, ao contrário do que se pensava, Pablo Neruda não tinha morrido de cancro. Afinal, o escritor foi envenenado.

Pablo Neruda, poeta, político e membro do Partido Comunista chileno, morreu aos 69 anos em Santiago do Chile a 23 de setembro de 1973, poucos dias depois do golpe militar que levou ao poder Augusto Pinochet, aparentemente em resultado de um cancro da próstata de que padecia.

Em 2017, quatro anos depois da exumação do corpo do escritor — por terem sido levantadas dúvidas sobre as causas da morte —, uma equipa internacional de investigadores anunciou que não foi o cancro que o matou, embora desconhecesse as verdadeiras razões.

Especialistas forenses determinaram que o poeta chileno morreu envenenado há quase 50 anos, disse esta segunda-feira um membro da família do laureado com o Prémio Nobel da Literatura. O anúncio foi feito por Rodolfo Reyes, sobrinho de Neruda.

Em 2011, o Partido Comunista chileno apresentou em tribunal uma queixa, exigindo que a morte do poeta fosse investigada. A queixa teve por base declarações de Manuel Araya, antigo motorista do escritor, segundo as quais Pablo Neruda teria sido envenenado.

A divulgação pública da descoberta do grupo de especialistas foi adiada duas vezes este ano, segundo a CBS News. Primeiro, devido a problemas de ligação à Internet de um dos peritos e, depois, porque um juiz disse que o painel ainda não tinha chegado a um consenso.

Em declarações à agência EFE, o sobrinho do escritor disse que testes forenses realizados em laboratórios dinamarqueses e canadianos indicaram a presença de “uma grande quantidade de Cloristridium botulinum, que é incompatível com a vida humana”. A poderosa toxina pode causar paralisia no sistema nervoso e morte.

No passado, familiares de Pablo Neruda levantaram a hipótese de a sua morte estar relacionada com a inoculação do “estafilococo dourado”, uma bactéria altamente agressiva e resistente à penicilina, que acelerou a sua morte. Esta bactéria foi utilizada frequentemente pela ditadura militar de Pinochet para eliminar os opositores do regime.

O anúncio oficial dos resultados do relatório será feito esta quarta-feira, segundo vários órgãos de comunicação.

ZAP //

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