O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, informou os Estados Unidos (EUA) que pretende acabar com o acordo de cooperação militar entre os dois países. Esta decisão surge no seguimento da aproximação à China e de críticas à política de defesa norte-americana.
Segundo noticiou o Público, o pacto militar Acordo das Forças Visitantes, que entrou em vigor em 1999, cessará em 180 dias. O acordo permite aos EUA usar as suas bases militares nas Filipinas como ponto de passagem de tropas e a realização de mais de 300 exercícios militares anuais com tropas dos dois países.
“O vice-chefe da missão dos Estados Unidos [nas Filipinas] recebeu o aviso de fim do Acordo de Forças Visitantes”, anunciou no Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros filipino, Teodoro Locsin.
“O Presidente não vai aceitar nenhuma iniciativa vinda do Governo americano para salvar o acordo, nem vai aceitar qualquer convite oficial para visitar os Estados Unidos”, disse o porta-voz do chefe de Estado, Salvador Panelo, citado pelo New York Times.
O Presidente filipino já tinha ameaçado rasgar o acordo em janeiro, quando os EUA impediram a entrada no país do senador Ronald dela Rosa. “Estou-vos a avisar. Se não corrigirem [a situação], vou acabar com o Acordo de Forças Visitantes”, avisou na altura.
Contudo, um conjunto de senadores filipinos está a tentar bloquear o fim do acordo, por esta decisão ter avançado sem a aprovação do Senado. “Temos de ter uma palavra a dizer sobre este importante assunto”, indicou o senador Richard Gordon.
Segundo o Al-Jazeera, os senadores temem que outros dois acordos com Washington (o Acordo de Cooperação de Defesa Avançada, de 2014, e o Tratado de Defesa Mútua, de 1952), dos quais depende a segurança filipina, se tornem irrelevantes.